Em 2022 foram acionadas mais 141 mil ambulâncias das corporações face ao ano anterior. Falta de técnicos para tripular meios do instituto explica evolução. Técnicos de emergência pré-hospitalar correm "risco de extinção", admite sindicato.
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No ano passado, as ambulâncias dos bombeiros e da Cruz Vermelha deram resposta a 82% do socorro no país, tendo sido acionadas 1,15 milhões de vezes. É um aumento de 14% face ao ano anterior e de 9,5% comparativamente com o período pré-pandemia (2019). Ao mesmo tempo, as ambulâncias do instituto foram menos usadas, tendo em 2022 atingido o valor mais baixo dos últimos seis anos (116 mil acionamentos). A transferência do socorro para as corporações de voluntários explica-se com a falta de técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH), que deixa meios INEM parados todos os dias. O sindicato dos TEPH alerta para o risco de extinção da profissão e para as assimetrias na qualidade da formação e do socorro.
O mapa de pessoal do INEM tem 1311 lugares para TEPH, mas atualmente estão ocupados apenas 919, uma diferença de 392, segundo resposta do INEM ao JN. Destes 919 técnicos, perto de duas centenas ocupam funções não operacionais e “muitos estão de baixa”, havendo “no máximo 700 TEPH para as ambulâncias e o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU)”, desmonta Rui Lázaro, presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH).