O Conselho Diretivo da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) quer ver "cabalmente esclarecidas" matérias que constam do relatório do grupo de trabalho criado para avaliar a deslocalização da instituição para o Porto. Diz que há matérias "descontextualizadas" que podem "ser mal interpretadas".
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Em comunicado divulgado esta quarta-feira, o Conselho Diretivo, presidido por Maria do Céu Machado, adianta que "tem havido uma comunicação regular" com o ministro da Saúde, "estando em curso um trabalho de apreciação em conjunto" do Relatório do Grupo de Trabalho para a Deslocalização do Infarmed e dos resultados da avaliação externa independente desenvolvida pela Porto Business School, para o grupo de trabalho, divulgados pelo JN.
Nesta que é primeira reação do instituto ao teor dos documentos fica por esclarecer se o Infarmed já teve acesso ao relatório e à avaliação externa independente.
Porém, tendo em conta a divulgação pública dos mesmos, o Infarmed considera que "há várias matérias que têm de ser cabalmente esclarecidas, por estarem descontextualizadas e poderem ser mal interpretadas". O Conselho Diretivo defende ainda que estas "têm de ser aprofundadas e analisadas de forma crítica, para que haja uma avaliação final sustentada", mas não esclarece de que forma o tenciona fazer nem se já pediu um encontro com os autores do relatório.
O documento defende que a mudança para o Porto permitirá melhorar o funcionamento ao nível da produtividade e eficiência e conclui que "não se verificam impedimentos absolutos para a deslocalização para o Porto".
O trabalho da Porto Business School assegura que a produtividade do Infarmed tem sido prejudicada pela forma como este está organizado, registando-se atrasos nas respostas aos pedidos de avaliação de medicamentos e de tecnologias de saúde e uma grande dependência do papel, "dificultando significativamente o desempenho operacional".
Também esta quarta-feira, a comissão parlamentar da Saúde aprovou dois requerimentos do PSD sobre esta matéria. Um para que sejam ouvidos com urgência por esta comissão o ministro da Saúde, o grupo de trabalho que elaborou o relatório, o Conselho Diretivo do Infarmed e a Comissão de Trabalhadores. O pedido prevê ainda a inclusão de mais uma ronda de perguntas sobre esta matéria na audição regimental de Adalberto Campos Fernandes na comissão agendada para o próximo dia 4 de julho. O segundo requerimento pede ao Governo que entregue à comissão uma cópia do relatório do grupo de trabalho.