Maria João Brito demitiu-se do Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa, depois de 15 anos à frente do serviço de Infecciologia.
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Ao semanário "Expresso", a médica pediatra diz que foi uma "decisão pessoal" e que se deve "à forma como hoje se gerem as pessoas no Serviço Nacional de Saúde" (SNS).
Não é claro se Maria João Brito irá trabalhar para o setor privado. O JN tentou contactar a profissional de saúde, mas não obteve resposta até ao momento.
"Não estou zangada com o SNS, que sempre servi com lealdade e com o melhor do meu conhecimento técnico. Este ciclo está encerrado", referiu ao semanário. Durante esta semana, soube-se que o hospital não tem a possibilidade de realizar exames médicos à noite por falta de médicos.
O conselho de administração da unidade hospitalar referiu ao "Expresso" que nenhuma criança deixará de ser tratada e que estão à procura de ter uma solução definitiva para a falta de radiologistas a partir de 1 de abril, próxima sexta-feira.
Ao JN, fonte do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central não quis tecer quaisquer comentários sobre a saída de Maria João Brito.
Esta é a segunda saída de peso do SNS que se conhece esta semana. No domingo, o jornal "Público" noticiou que ao fim de 38 anos de carreira no SNS, 23 dos quais a dirigir serviços de urgência, o médico Jorge Teixeira decidiu deixar o Hospital de Braga e ir trabalhar para um hospital privado. "Enchi o saco, fartei-me de trabalhar sem condições", disse ao jornal o médico de 62 anos.
"Toda a vida trabalhei no SNS e sempre fiz urgências, mas a situação ficou insustentável e não vejo soluções. Como achei que não conseguia mudar nada, mudei-me eu", declara o médico veterano, que se prepara para começar a trabalhar num hospital privado do Porto, noticiou o jornal.