A procuradora-geral da República (PGR), Lucília Gago, avisou, esta quinta-feira, que a investigação ao ex-primeiro-ministro António Costa no caso do hidrogénio e do lítio vai demorar o tempo que for "necessário", apesar de o presidente da República ter já pedido que aquela decorresse com celeridade.
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"As investigações criminais tomam o tempo que é necessário para elas avançarem, naturalmente com a eficácia desejável, mas tomando o tempo que também é necessário para ultimar essas mesmas investigações. É tão simples como isso", sustentou a líder máxima do Ministério Público (MP), à margem da tomada de posse, no Centro de Estudos Judiciários, em Lisboa, do novo presidente do Sindicato dos Magistrados do MP, Paulo Lona.
Lucília Gago confirmou, ainda, que o inquérito, inicialmente a cargo do MP do Supremo Tribunal de Justiça, está agora no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), no qual é investigada, por norma, a criminalidade económico-financeira mais complexa e onde já corriam processos similares contra outros elementos do anterior Governo. Enquanto era primeiro-ministro, António Costa podia apenas ser investigado, segundo a lei, pelo MP do Supremo Tribunal de Justiça.
"É o DCIAP que, no entendimento dos magistrados titulares [do processo], o competente para assumir essa investigação", justificou, esta quinta-feira, a PGR.