A redução dos consumos energéticos das iluminações de Natal, nomeadamente com a utilização de lâmpadas LED, tem vindo a ser uma aposta dos municípios nos últimos anos.
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Em plena crise energética e seguindo as recomendações do Governo, as medidas intensificaram-se e há autarquias em que a expectativa é ter uma redução do consumo na ordem dos 50%. O que não implica que as câmaras tenham investido menos.
No Porto, cujo gasto será de 409,5 mil euros, "o número de elementos em mais de 80 ruas até será superior", disse ao JN fonte da Associação de Comerciantes do Porto, mas o uso de "microlâmpadas LED de baixo consumo" - cuja utilização é superior a 96% - vai permitir "uma redução no consumo de cerca de 30%".
A isto, soma-se a redução do tempo em que as luzes estarão acesas: "A perspetiva é ligar as iluminações no dia 30 de novembro e desligá-las no dia 7 de janeiro. De domingo a quinta-feira, estarão acesas das 18 às 23 horas; já às sextas, sábados e vésperas de feriado, será das 18 horas até à meia-noite", referiu a mesma fonte.
Já a tradicional árvore, instalada em frente à Câmara, será "superior a 30 metros de comprimento e 15 de largura, "ligeiramente maior do que a dos últimos anos".
Em Lisboa, a autarquia prevê gastar 800 mil euros nas luzes de Natal (valor idêntico ao dos últimos anos), mas com acrescidas preocupações de eficiência energética, pelo que seguirá a recomendação do Governo e usará lâmpadas de baixo consumo com tecnologia LED e também prepara-se para reduzir o período em que as iluminações estarão acesas, mantendo-as ligadas apenas entre as 18 e as 24 horas.
Para além da redução do horário das iluminações, Matosinhos - que vai gastar 214 mil euros (mais IVA) - vai apostar em iluminação 100% LED de alta eficiência e menos 25% do número total de estruturas, dando o exemplo a zona em frente ao edifício do Município. "Não deixará de ter luzes, mas serão em menor número", referiu ao JN Marta Pontes, vereadora do Turismo e das Atividades Económicas (ler texto lado).
Também Gondomar, que terá iluminações em 75 artérias entre o dia 25 de novembro e 7 de janeiro, estará "em consonância" com o Plano de Poupança de Energia 2023-2033, adotado pelo Governo, assumindo como "prioridade a tomada de medidas que reduzam o consumo de energia". Nomeadamente com a utilização "de LED de alta intensidade luminosa e baixo consumo de energia, que permite reduzir de forma significativa a potência total da iluminação".
redução do orçamento
Atitude mais radical tomou o Município de Oliveira de Azeméis, que reduziu o orçamento destinado às iluminações para menos de metade: dos habituais 70 mil euros gastos nos últimos anos, a Câmara tem um orçamento previsto para este ano de 30 mil euros.
"A área abrangida pelas iluminações de Natal será bastante inferior, indo ao encontro de um despacho do presidente da Câmara, do qual consta um conjunto de orientações que visa o reforço das medidas de redução do consumo energético na iluminação pública e edifícios municipais", fez saber ao JN fonte do Município.
Também a Câmara de Santo Tirso está alinhada com as demais, dando conta que "não há alterações substanciais face às artérias iluminadas no ano anterior", mas privilegiará as luzes LED, que vão "permitir uma redução energética na ordem dos 30%". Também o horário será reduzido, mantendo-se das 18 horas até à meia-noite.
Em Paredes, que vai gastar os mesmos 23 370 euros do ano passado, também vão ser implementadas medidas de eficiência energética para reduzir os consumos energéticos nas luzes de Natal, assumindo a Câmara que "a árvore desligará mais cedo".
Arouca, que noutros anos mantinha as luzes acesas toda a noite, também "vai minorar o horário", mantendo-as acesas entre as 18 horas e a meia-noite.
Pormenores
Restrições - De 6 de dezembro a 6 de janeiro, a iluminação só deve funcionar entre as 18 horas e a meia-noite. Esta é uma das dezenas de medidas que constam do plano de poupança de energia aprovado pelo Governo.
Montras - A iluminação com caráter decorativo dos edifícios será desligada a partir das 22 horas no inverno e a partir das 23 horas no verão. Já a iluminação exterior de caráter decorativo deverá ser desligada a partir da meia-noite, "salvaguardando questões de segurança". As luzes das montras e similares será apagada após o fecho do estabelecimento.
Centro comerciais - No caso dos privados, o Governo recomenda a redução do consumo interior e exterior, incluindo centros comerciais com a climatização de espaços, mas também a reduzir o consumo energético em piscinas e complexos desportivos.
* Com A.C. e S.C.