Analista financeiro da Deco/Proteste alerta para perigos em investimentos em ativos digitais.
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Chegam cada vez mais queixas à Deco sobre pessoas que perderam tudo em alegados investimentos em ativos digitais. Ainda assim, André Gouveia acredita que são uma pequena amostra do universo de lesados. Como não há regulação, as vítimas não se queixam. Por isso, o analista financeiro recomenda, como regra, "desconfiar sempre e investir só se nos puderem provar que é bom e seguro".
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Este fenómeno parece dirigir-se aos mais novos, mais digitais e com menos literacia financeira. Será propositado?
Os jovens estão mais expostos, visto que são quem consome mais conteúdos online e estes sites surgem em redes sociais com anúncios e mensagens dirigidas aos mais novos. Procuram apresentar a informação de uma forma suficientemente fechada para as pessoas não perceberem muito, mas de forma a perceberem algo e pensarem que podem ganhar. Temos youtubers a promover produtos proibidos (como DavidGYT, que exercia atividade não autorizada), equipas famosas de futebol alegadamente patrocinadas por alguns desses sites e treinadores de futebol a recomendar investimentos!
A maioria é fraude?
Claro, e mesmo os que não são burla, são investimentos tão arriscados em que 90% das pessoas perdem todo o dinheiro. E é muito difícil distinguir o trigo do joio. Por norma, as pessoas deveriam desconfiar de tudo o que é anunciado online, principalmente quando mencionam ganhos rápidos e fáceis. Há muitas opções para investir. A lógica deve ser "não invisto, a não ser que tenha a certeza que é bom, que é regulado pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários e tem menções em meios de comunicação credíveis e não porque vi anúncios". É muito fácil criar perfis falsos online, mudar nome a páginas, comprar anúncios no Google. É mais seguro ir pela lista de empresas autorizadas, do que procurar alertas, porque de um dia para o outro já mudaram o nome.
E as empresas registadas no Chipre são seguras?
Apesar de tudo, na maioria das fraudes não tentam passar-se por corretoras registadas. Mas é importante ver, nesse caso, onde está sediada para saber que regulação vai ter. No Chipre estão muitas das duvidosas, porque a supervisão é pouco eficiente. Não quer dizer que todas sejam problemáticas, mas todas as que querem passar por legais na UE estão no Chipre e o melhor será evitar essas empresas.