Há mais cinco casos no surto de legionela que está a afetar os concelhos de Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim. São já 72 os infetados. O foco de contaminação continua por identificar, sendo que a hipótese da água está descartada. Nenhuma torre de refrigeração foi desativada.
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A delegação de saúde continua as inspeções em empresas, centro comerciais e hospitais da região. A presidente da Câmara de Vila do Conde, Elisa Ferraz, diz que está a ser feito o que é "humanamente possível", tendo em conta que, no concelho, há apenas cinco elementos da saúde para dar resposta à covid-19 e ao surto de legionela.
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"Não tenho nenhuma crítica a fazer à ação da delegação de saúde. Temos um concelho com 80 mil habitantes e, efetivamente, temos uma equipa de cinco pessoas para se distribuir por este universo com a pandemia em cima. Não é possível fazer mais", explicou a autarca, questionada sobre um eventual atraso na reação da saúde na busca pela fonte de contaminação.
Elisa Ferraz diz que, por agora, ainda não foi desativada nenhuma torre de refrigeração em nenhuma empresa, seja em Vila do Conde, seja nos concelhos vizinhos. "Não podemos desativar chaminés de fábricas, sem saber se, realmente, o foco é ali. Estamos a falar de vários concelhos, várias indústrias e há que fazer as coisas com a ponderação que nos é exigida", frisou ainda.
Análises de outubro descartam água na origem do surto
Entretanto, explicou ainda, estão a ser feitas novas análises na rede de águas para consumo, mas, as de outubro "descartam por completo" a hipótese de estar na rede a origem do surto, que teve início a 29 de outubro.
Elisa Ferraz está "muito preocupada", mas, aos que a acusam de não dar nenhuma informação ou conselhos à população, responde apenas: "Como é que podemos proteger as pessoas, se não sabemos como a doença vem? Não falo do que não sei".
Entretanto, hoje, o número de casos voltou a subir. São mais cinco, todos de Matosinhos, que deram entrada no Hospital de Pedro Hispano. Ao todo, 72 pessoas foram já diagnosticadas com a doença dos legionários, 39 continuam internadas, sete morreram.