O secretário-geral do PCP afirmou, esta manhã, nos Arcos de Valdevez, não ter "nenhuma razão para suspeitar" da palavra de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o alegado envolvimento na recuperação das armas furtadas de Tancos.
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"Eu ouvi declarações do presidente da República a afirmar claramente que não tem a ver com qualquer situação menos clara. É a palavra do presidente, não tenho nenhuma razão para suspeitar, e creio que foi o próprio Marcelo Rebelo de Sousa que recentemente afirmava que era preciso fazer as averiguações e o apuramento dos factos todos", declarou aos jornalistas, após a visita matinal a uma exploração de cogumelos biológicos no lugar do Barreiro, nos Arcos de Valdevez.
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Jerónimo de Sousa pediu, uma vez mais, o apuramento dos factos. Até encontrar as respostas, "vale a palavra do Presidente". "Por enquanto, não há razão para manter qualquer grau de suspeição", reforçou.
O alegado envolvimento de Marcelo Rebelo de Sousa na recuperação das armas furtadas de Tancos surge após a revelação de escutas telefónicas do major Vasco Brazão, um dos arguidos do processo, em que referia que o "papagaio-mor do reino" sabia de tudo.
Em viagem a Nova Iorque, a propósito da Cimeira da Ação Climática, o presidente da República voltou a afirmar que nunca tinha sido informado sobre o alegado encobrimento na recuperação das armas de Tancos.
Jerónimo provou cogumelos e falou sobre o investimento na agricultura
Mas não foi apenas o caso de Tancos que mereceu a atenção do líder comunista esta manhã, na primeira de cinco iniciativas agendadas para esta quarta-feira. Jerónimo de Sousa foi conhecer a estufa de cogumelos biológicos de Carlos Amorim, na Eira do Pato, e falou da necessidade de investir na produção nacional e de apoiar a agricultura.
A visita matinal, que não fazia inicialmente parte do itinerário, substituiu a visita a uma exploração bovina. O líder da CDU alegou "problemas técnicos" e brincou com a situação. "Eu gosto de cogumelos e gosto de bife. Não há aqui nenhuma contradição".
Carlos Amorim, jovem agricultor de 36 anos, apresentou o espaço de 1000 metros quadrados à comitiva e explicou o método de produção dos cogumelos shiitake. O engenheiro informático decidiu arriscar e montou, em 2017, a estufa na zona da qual tem memórias de infância. Entre supervisão dos cogumelos e distribuição por restaurantes e supermercados locais, Carlos passa todos os dias na Eira do Pato, em pleno verde Minho.
Todas as semanas são produzidos, em média, 70 quilos de cogumelos. O objetivo é chegar pelo menos aos 100 quilos. Após a visita, foi tempo de meter as "mãos na massa" e preparar um petisco para o líder da CDU. Sal, azeite e molho de soja foram os condimentos utilizados para a especialidade, aprimorada pelos ensinamentos dos chefes dos restaurantes para os quais vende.