Durante um almoço com mais de 600 apoiantes em Alpiarça, Jerónimo de Sousa voltou a falar sobre a "geringonça" e sobre o apoio dado ao Partido Socialista em 2015 para a formação de um Governo minoritário. De acordo com o secretário-geral do PCP, o objetivo principal foi "afastar e derrotar" o PSD e CDS do poder.
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"Fomos uma força que esteve na resolução do problema institucional que estava criado em 2015 em que, por força do PSD e do CDS, e por força do então presidente da República Cavaco Silva, por força da falta de força do PS, que naquela noite apresentou os cumprimentos pelo resultado do PSD, eis uma força, o PCP, a CDU, que afirmou claramente que era possível uma solução institucional, que era possível um Governo minoritário do PS", sublinhou uma vez mais Jerónimo de Sousa, após o almoço na vila do distrito de Santarém.
O líder comunista disse que o PCP podia ter ficado "nas suas tamanquinhas", mas decidiu que era necessário agir para afastar a Direita do Governo: "Fizemos uma opção que consistiu em apresentar propostas para conseguir avanços e melhorias nas condições de vida".
"Por isso, chegados aqui, nesta campanha eleitoral, a questão que vos coloco é esta: sim ou não, devemos fazer tudo para que as coisas avancem ou ficamos quietos e admitimos que andem para trás. Nós já temos um opção: avançar", garantiu.
O secretário-geral do PCP começou o discurso por esclarecer "dois equívocos": as eleições para a Assembleia da República não servem para eleger o primeiro-ministro, mas sim 230 deputados, e que o partido mais votado nem sempre passa a ser Governo.
O líder comunista insistiu na justificação do apoio dado ao Partido Socialista há quatro anos para criar uma solução governativa à maioria obtida pela Direita. De acordo com Jerónimo de Sousa, a opção criada permitiu "afastar e derrotar" o PSD e o CDS, que tanto "mal fez ao povo, ao país, aos trabalhadores, aos reformados, aos pequenos e médios empresários, em que semana sim semana sim era mais um corte, era mais um congelamento, era mais uma medida de retrocesso".
No Pavilhão Comercial de Alpiarça, perante uma plateia cheia de apoiantes, Jerónimo de Sousa afirmou que a CDU representa uma "perspetiva de futuro" e apelou ao voto para "não deixar fugir a democracia".
"Quem há quatro anos votou na CDU, olhe, veja, reflita, e descobrirá que esta CDU, os deputados eleitos pelo PCP e Os Verdes, foram capazes de honrar os seus compromissos. Quem votou na CDU, sente-se orgulhoso porque nunca foi traído, nunca foi enganado pela ação e intervenção do PCP e do PEV", considerou.