A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) poderão ter um retorno económico de 350 milhões de euros, revelou esta terça-feira José Sá Fernandes, coordenador do Grupo de Projeto para as JMJ.
Corpo do artigo
A Jornada Mundial da Juventude vai ter um retorno económico para Portugal de cerca de 350 milhões de euros. "O retorno dos estudos económicos feitos em relação a Madrid representa um benefício económico de cerca de 350 milhões de euros. Eu presumo que Portugal vai ter um retorno económico desta grandeza", disse José Sá Fernandes, na audição parlamentar a pedido do grupo parlamentar do PSD.
A menos de um ano da Jornada Mundial da Juventude, que se irá realizar entre 1 e 6 de agosto de 2023 em Lisboa, Sá Fernandes, disse ainda que o Governo vai gastar 28 milhões de euros, e as autarquias de Lisboa e Loures, 33 milhões de euros e 8,5 milhões de euros, respetivamente, o que totaliza cerca de 70 milhões de euros.
Questionado por vários grupos parlamentares (PSD, PS, Chega e Iniciativa Liberal) sobre a despesa pública com a jornada, o coordenador do evento nomeado pelo Governo esclareceu que já foi lançado o concurso público, no valor de 6 milhões de euros, para a instalação de ecrãs, luz e som no evento católico.
O plano de mobilidade, cujo concurso público será lançado esta semana, custará 90 mil euros e a instalação das casas de banho "que provavelmente depois do evento serão alugadas", "custarão entre 2 e 2,5 milhões de euros". O Governo gastou ainda 140 mil euros para alisar parte do terreno e "gastará não mais de 500 mil euros no encontro das vocações e do perdão".
Sá Fernandes explicou que os planos de segurança e de saúde ainda estão a ser finalizados, havendo "um acréscimo de serviços que ainda não foi contabilizado". "Faltam algumas coisas de socorrismo, o valor destinado aos polícias, bombeiros e INEM, que o Governo vai ter de pagar, assim como de aluguer de sítios para estacionamento de camionetas. E não estamos a contabilizar algum dinheiro que os ministérios vão abdicar, como medidas de passes sociais, de bilhética mais barata para que os peregrinos possam percorrer o país, etc". Disse, contudo, que a verba de 20 milhões de euros "é mais do que suficiente".
O coordenador relembrou ainda a polémica da Câmara de Lisboa, quando, em julho, a autarquia percebeu que não tinha dinheiro para assumir todas as empreitadas que lhe estavam atribuídas e pediu ao Estado que ajudasse. "A Câmara de Lisboa afastou várias coisas daquelas que se tinha comprometido e teve de renegociar-se. O Governo tinha de salvar o evento e começou a trabalhar-se num novo memorando de entendimento. Infelizmente para mim tive um reforço de competências porque tudo aquilo que Lisboa se tinha comprometido a fazer passou para mim", recordou.