José Maria Tallon: “Os atuais adolescentes serão os primeiros a viver menos do que os pais”
O estado atual da obesidade em Portugal, os mitos e as verdades da alimentação, as consequências da pandemia e o que comer para estar bem. O preconceito, os desafios e as recaídas. O ditado “em casa de ferreiro, espeto de pau”. A fama, os processos judiciais e a doença.
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José Maria Tallon acaba de pedir a cidadania portuguesa e de lançar um livro. Um nutricionista polémico que não resiste a um pastel de nata. Recebe-nos, sem pressa, na nova clínica, ao Campo Grande, em Lisboa, em vésperas de inauguração. Nas paredes do consultório estão fotografias dos cinco filhos e do cão Gaspar. Diplomas vários, licenciatura e pós-graduações, com destaque para o doutoramento na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Na estante, entre miniaturas de Ferraris, posa com Felipe, então príncipe das Astúrias, hoje rei de Espanha. No chão, a temida balança. Em castelhano-português cerrado, José Maria Tallon não evita perguntas.
Uma tarde inteira a transcrever e editar esta entrevista. Qual é a minha necessidade calórica?
Algumas sim, mas muito poucas. O trabalho intelectual praticamente não consome calorias. Uma colher de iogurte e está alimentada. A grande atenção deve ir para a quantidade de horas sentada. Por cada hora sentada, deve levantar-se durante pelo menos dois minutos.