"Jotas": do apoio às coimas contra festas ilegais à defesa da reabertura de bares
As juventudes partidárias divergem quando chamadas pelo JN a avaliar as medidas anunciadas pelo Governo para travar ajuntamentos, como mais fiscalização nas ruas e aplicação de coimas, que são aplaudidas por uns, mas consideradas insuficientes por outros. A Direita reclama a reabertura controlada de bares para evitar as festas ilegais e permitir o convívio entre jovens.
Corpo do artigo
Margarida Balseiro Lopes, líder da JSD, defende uma "reabertura regrada e faseada dos bares", que permita aos jovens conviverem dentro das normas de saúde pública e evitar ajuntamentos ilegais. Após terem encerrado escolas, universidades e politécnicos, diz ser "utópico achar que os jovens vão ficar fechados em casa". E "não é correto circunscrever" o problema à juventude. Além disso, "algumas medidas podem não ter sido bem explicadas".
A dirigente da "Jota" social-democrata sublinha que é preciso reforçar a fiscalização e não discorda das coimas, embora vá dizendo que as medidas punitivas devem ser "o último recurso" quando se "falha em todo o resto". No entanto, são "decisões que podem andar juntas".
11987499
"Assobiar para o lado"
Francisco Mota, líder da Juventude Popular, diz que "o Governo esperou em demasia para dar uma resposta concreta" à situação da Grande Lisboa. E "procurou assobiar para o lado", critica, acusando-o ainda de "dar sinais contraditórios" à comunidade, com dois pesos e duas medidas.
Sobre "responsabilidade intergeracional", também defende que "se os jovens tivessem espaços de diversão controlados onde fosse possível cumprir as normas, com controlo e fiscalização, o espaço público deixava de ser dado a eventos ilegais". E lamenta que bares e discotecas sejam um ramo "ao abandono", com o Governo "a fugir ao debate". Aproveita ainda para questionar quando concretizará a aplicação para monitorizar a covid-19.
12337787
Gerações solidárias
Maria Begonha, líder da Juventude Socialista, sublinha, por sua vez, que "este é o momento de solidariedade intergeracional", considerando que as medidas divulgadas por António Costa "são para os jovens, mas importantes para todos".
"São medidas proporcionais. Não são excessivas, nem são aquém da resposta a um conjunto de situações que surgiram em vários concelhos. Os jovens têm de contribuir para as coisas continuarem a correr bem", refere igualmente Maria Begonha ao JN, defendendo que a juventude tenha um "comportamento solidário e responsável".
Não estigmatizar
12339548
Pela JCP, António Azevedo, do Secretariado da Direção Nacional, considera que "as medidas anunciadas não vão à fonte do problema nem respondem às reais necessidades que a realidade obriga".
Destaca, por exemplo, que a solução passa pelo cumprimento de todas as normas de higiene e segurança nos locais de trabalho, pelo reforço de todos os serviços públicos de transportes garantindo um menor número de utentes por transporte, sendo ainda preciso "ir mais longe" na higienização dos espaços públicos.
Além disso, "se é verdade que o surto está a atingir as camadas mais jovens, isto não pode ser argumento" para as "estigmatizar". Defende, sim, "uma mensagem pedagógica que vise a prevenção, acompanhada de condições que garantam a sua segurança nas diversas atividades culturais e desportivas, o lazer e o convívio, fundamentais para o bem-estar das famílias".