Em pelo menos 11 pontos do país, os jovens voltam hoje a sair à rua numa mobilização pela justiça climática. Há marchas, manifestações pouco convencionais ou greves online como nas Caldas da Rainha ou no Algarve, numa iniciativa da plataforma Salvar o Clima, que junta vários movimentos, coletivos e associações, desde a Climáximo à Greve Climática Estudantil
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"Em Lisboa, vamos fazer uma marcha às 16 horas do Marquês de Pombal ao Rossio, com apelo ao uso de máscara e distanciamento", explica Bianca Castro, ativista da Climáximo, que aponta outros exemplos da mobilização em tempos de pandemia: "No Porto, haverá uma concentração de sapatos na Avenida dos Aliados, para simbolizar a presença dos manifestantes". É às 17.30 horas. Não se trata de uma greve, mas de uma mobilização. "Não vamos chegar aos números do ano passado, quando tivemos 20 mil pessoas nas rua, mas o foco não são os números, é a nossa mensagem política".
Segundo Bianca, a luta agora está focada na justiça social. "A pandemia expôs ainda mais as fragilidades do nosso sistema. E está tudo interligado. Não há justiça climática sem justiça social". Uma das reivindicações passa pelo fecho da Central Termoelétrica de Sines. "Podia ser uma boa notícia se houvesse justiça laboral. É preciso criar empregos justos e verdes para os trabalhadores dos setores poluentes". Os manifestantes reclamam ainda o cancelamento da expansão do aeroporto de Lisboa e das dragagens do Sado, mas também o acesso a "água potável, alimentos e habitação para toda a gente, e gratuitidade dos transportes públicos". A luta, diz Bianca, é de todos, não apenas dos jovens. "A maioria das mobilizações é à tarde também por isso".
Esta é a sexta iniciativa global do movimento "Fridays For Future" criado pela sueca Greta Thunberg.