Juventude Popular entrega abaixo-assinado contra realização da Festa do Avante
O presidente da Juventude Popular (JP), Francisco Mota, entregou esta sexta-feira, na residência oficial do primeiro-ministro, um abaixo-assinado com cinco mil signatários contra a realização da Festa do Avante. A JP também vai colocar um cartaz de protesto junto ao recinto do evento, que decorre entre 4 e 6 de setembro, no Seixal.
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"Hoje entregamos as mais de cinco mil assinaturas que recolhemos ao longo dos últimos 15 dias, mesmo que o primeiro-ministro não nos tenha recebido", disse Francisco Mota à agência Lusa. O líder da "jota" democrata-cristã entregou o documento na residência oficial, em São Bento.
O abaixo-assinado pede que o Governo não autorize a realização da Festa do Avante "nos termos e nos moldes em que esta se encontra anunciada". O líder da JP considera que o documento "é a voz da sociedade civil, que está preocupada e revoltada com esta dualidade de critérios".
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"Não faz sentido que a Festa do Avante se realize nos termos em que foi anunciado. Se assim for, será de uma gravidade tremenda", considerou Francisco Mota, acrescentando que "o Governo vai perder autoridade moral" caso permita o evento. Para o dirigente centrista, "o Governo devia agir com rigor e isenção e não dar a mão aos amigos e dar sinais contraditórios à sociedade".
"O primeiro-ministro não está preocupado com os portugueses e com a saúde pública, mas sim com a sua sobrevivência política", criticou, apontando que o facto de o Governo não proibir a realização da festa mostra "o jogo de cintura de Costa para aprovar o próximo Orçamento do Estado".
A ti é permitido fazer o que não é admitido aos portugueses
O líder da JP revelou também que, "entre hoje [sexta-feira] e segunda-feira", vai colocar um cartaz "mesmo à porta" da Quinta da Atalaia, onde vai decorrer a Festa do Avante. Nele, poderá ler-se que "120 mil profissionais ficaram impedidos de trabalhar" e que houve "900 milhões de euros confinados devido à pandemia".
Segundo Francisco Mota, haverá uma outra inscrição: "Hey camarada? Sim, tu... Lembras-te dos festivais de verão? Das festas populares ou das discotecas? A ti é permitido fazer aquilo que não é admitido aos portugueses".
Em meados deste mês, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, disse que o Governo "não tem competências legais ou constitucionais" para proibir iniciativas políticas. No entanto, salientou que não serão admitidas exceções às regras em vigor.
Além do abaixo-assinado da JP, um empresário e ex-candidato autárquico pelo PSD entregou esta semana, no Tribunal do Seixal, uma providência cautelar para impedir o Avante. O processo transitou para Lisboa.
A Festa do Avante poderá receber, no máximo, 33 mil pessoas por dia. O espaço foi aumentado em 10 mil metros quadrados, perfazendo agora 30 hectares e os eventos ocorrerão ao ar livre. A DGS já elaborou um documento com orientações para a Festa, mas o PCP optou por não o divulgar.