A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, afirma que o Laboratório Nacional do Medicamento (LNM) tem disponibilidade para produzir mais medicamentos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). O LNM dispõe de 70 formulações para a produção de medicamentos que a indústria farmacêutica desenvolve de forma intermitente ou que já não existem no mercado nacional.
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Helena Carreiras afirma que a possibilidade deste laboratório responder à falta de medicamentos, derivada do aumento generalizado dos preços, "vai depender das autoridades de saúde, em particular, e do plano ou planos que venham a ser desenvolvidos nesse sentido". Mas afirma que esta instituição "está disponível para apoiar, no âmbito das suas competências, esse trabalho e esse ajustamento às necessidades do país".
A ministra da Defesa Nacional convidou as ministras da Saúde, Marta Temido, e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, para conhecerem esta terça-feira em conjunto o Laboratório Nacional do Medicamento, que era o antigo Laboratório Militar e que agora passou a ser da tutela dos três ministérios.
"É uma instituição única em Portugal, que tem por objetivos prestar o apoio sanitário, medicamentos a todos os militares das Forças Armadas dos três ramos, mas também das forças militares destacadas das famílias, dos militares e dos deficientes das Forças Armadas", disse Helena Carreiras.
Produz medicamentos que já não existem
No Laboratório Nacional do Medicamento são produzidas 70 formulações diferentes. Produz a metadona que é distribuída no âmbito dos programas de apoio a ex-toxicodependentes e assegura vários fármacos que são a única resposta para pessoas com doenças raras.
"Para doenças raras, nós fazemos aquilo que é designado como 'medicamentos órfãos', alguns fármacos que já não têm interesse para a indústria farmacêutica, como a Isoniazida para o tratamento da tuberculose, mas também muitos outros medicamentos manipulados a pedido do SNS para situações pontuais", disse o diretor do laboratório, Manuel António Ramalho da Silva.
O laboratório também fornece apoio, através das farmácias militares, essencialmente à família militar. Ou seja, antigos combatentes ou familiares. "Grande parte do que produzimos são medicamentos, normalmente por pedido, e muitos são para o ambiente hospitalar", explica Paulo Santos, diretor de Coordenação da Farmácia.
"A função do Laboratório Nacional do Medicamento não é de fazer concorrência à indústria farmacêutica nacional ou estrangeira. Tem é que garantir que os medicamentos essenciais para o tratamento das pessoas, que não são produzidos ou rentáveis para a indústria, estão disponíveis", complementa.
Além da produção de medicamentos, o laboratório também assegura o controlo e qualidade de águas de consumo público. "Realizamos cerca de 3 mil ensaios por ano, embora não seja tanto esse o nosso âmbito. Há unidades militares que pedem, porque estão em edifícios em cidade, para controlar a própria qualidade da canalização", explica Francisco Sampaio, chefe da Divisão de Controlo e Qualidade do LMN.