O porta-voz do Livre, Rui Tavares, admite conversar com a Direita democrática sobre matérias essenciais.
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Questionado sobre cenários pós-eleitorais, Tavares afirmou, esta quinta-feira, numa ação de campanha no centro de saúde de Odemira, que “a Direita democrática tem de ter com quem dialogar”.
Acrescentou que, quando a Direita, formada pela Aliança Democrática (AD), coligação que junta PSD, CDS e PPM, e Iniciativa Liberal (IL), clarificar “que não conta com a extrema-direita para nada, é possível fazer muita coisa em conjunto que é necessária para melhorar a nossa democracia”.
“Há caminho a fazer, não é em tudo, não temos a mesma visão sobre o SNS. A direita propõe coisas para o SNS que não é o que a maior parte das pessoas quer, porque têm medo de perder o que lhes tem servido, mas há questões democráticas nas quais podemos dialogar”, referiu.
Mais tarde, para evitar qualquer "mal-entendido", Rui Tavares esclareceu esta posição. "Vou reiterar o que digo desde o início desta campanha e que o Livre tem dito sempre: o Livre, se houver uma maioria à esquerda, é parte da solução; se houver uma maioria à direita, é parte da oposição".
Em concreto, o porta-voz do Livre frisou que as aproximações são impossíveis nas "matérias centrais à governação", como política económica, política social, Serviço Nacional de Saúde, fiscalidade e escola pública. Em todas essas áreas, há "uma distância enorme em relação à direita", afirmou.
Os pontos de possível convergência, prosseguiu, têm a ver com a "saúde da nossa democracia". Ou seja, o Livre admite aproximações a PSD, IL e CDS em matérias como o combate à corrupção, a reforma da justiça ou a instituição de um círculo de compensação nacional nas eleições legislativas, detalhou.