Luís Montenegro desafiou, esta quinta-feira, eventuais críticos internos a chegarem-se à frente e disputarem eleições diretas. "Se algum dia, alguém quiser disputar a liderança comigo pode vir que eu marco eleições", garantiu o líder do PSD.
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O líder do PSD garantiu, esta quinta-feira, que não há divisões internas, apesar de notícias que dão conta de contestação à forma como a sua liderança não tem conseguido que o partido surja como uma alternativa à governação socialista e sobretudo à abstenção na moção de censura ao Governo.
"Fui falar com os deputados e todos compreenderam", assegurou Luís Montenegro, em entrevista à SIC, considerando que só admite legislativas antecipadas se existirem problemas de "governabilidade irreparáveis" e se esse for "o interesse do país". O líder do PSD considera, porém, que não é do interesse nacional ocorrerem "três eleições em três anos", sustentou, na entrevista.
Ainda assim, o líder do PSD apontou o facto de as críticas surgirem em forma de "anonimato". E lançou o que, no fundo, é um desafio para que os seus opositores mostrem a cara. "Se alguém, algum dia, quiser vir disputar a liderança comigo, pode vir que eu marco eleições", assegurou Montenegro, referindo que "não foge à legitimação política".
Apesar de não defender a queda imediata do Governo socialista de António Costa, o líder do PSD traçou duras críticas e pediu que as recentes notícias sobre a operação Vórtex não funcionem "como uma nuvem de fumo" sobre "os sucessivos casos no Governo".
Garantindo que ainda não tem uma escolha fechada para as eleições europeias do próximo ano, Montenegro garantiu que assumirá as consequências políticas que haverá a retirar sobre os resultados eleições. "Se eu próprio reparar que não há condições, serei em próprio a sair", garantiu.
Quanto à possibilidade de Carlos Moedas tentar ser o seu sucessor nas diretas do próximo ano, Montenegro mostrou-se confiança de que será recandidato à Câmara de Lisboa, sendo capaz de conseguir maioria absoluta, mas deixou claro que não teme um confronto se esse vir a acontecer.
Já em relação à possibilidade de Pedro Passos Coelho ser candidato às próximas Presidenciais, o líder do PSD referiu apenas: "Pedro Passos Coelho tem uma qualificação quase única no país que lhe permite habilitar-se a quase tudo". Se, um dia, o antigo primeiro-ministro pode defrontá-lo na corrida pela liderança do PSD, Montenegro disse: "Sinceramente não vai acontecer".