As principais câmaras do país vão ter de ser governadas numa situação em que a oposição tem o mesmo número de eleitos, ou mais, do que a candidatura vencedora.
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No total, são 72 autarquias em maioria relativa, das quais 12 são capitais de distrito. Dessas, 39 podem ser desempatadas pelo Chega, o que já levou a que fossem consideradas "ingovernáveis" pela deputada daquele partido Rita Matias. Não é essa, contudo, a realidade do Poder Local, sublinha, ao JN, um especialista. E a direção da força política, liderada por André Ventura, até já admitiu negociar situações caso a caso, recusando acordos apenas com o PS.
Braga, Porto, Gaia, Sintra, Lisboa, Setúbal, Amadora, Cascais, Viseu, Aveiro e Santarém são algumas das 39 autarquias (12,6% de um total de 308), em que o Chega pode ser o "fiel da balança" por ter conquistado um vereador em executivos em que a oposição toda junta terá mandatos suficientes para rejeitar propostas da candidatura vencedora das autárquicas. Uma situação que, se ocorresse a nível nacional, obrigaria à formação de uma maioria absoluta pós-eleitoral, uma vez que poderia conduzir à queda do Executivo, como já aconteceu com o social-democrata Pedro Passos Coelho, em 2015, quando falhou na aprovação do seu programa de Governo.