Melhor caminho para geração livre de fumo faz-se pela prevenção, dizem 81% dos portugueses. Campanhas para os jovens e comunicação dos riscos são as medidas com maior acolhimento.
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A maioria dos portugueses (60%) entende que a intenção anunciada pelo Governo de restringir os locais de venda de tabaco não reduzirá o consumo. Para 81% dos inquiridos no âmbito da sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF, o caminho para alcançar uma geração livre de tabaco faz-se pela prevenção, não pela repressão. Com foco em campanhas de informação direcionadas aos jovens.
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O Executivo, recorde-se, aprovou uma proposta de lei, avançada em primeira mão pelo JN, com uma meta definida: uma geração livre de tabaco em 2040. Para o efeito, propõe-se alargar a proibição de fumar ao ar livre em espaços de acesso ao público ou de uso coletivo. Bem como proibir a sua venda em máquinas automáticas e na maior parte dos estabelecimentos em 2025. Acabando por recuar no que à comercialização em bombas de gasolina e em lojas de conveniência concerne, por uma questão de acesso.
Um recuo conhecido no decorrer da realização desta sondagem, com 60% dos inquiridos a responderem que a restrição aos locais de venda de tabaco não irá diminuir o consumo. Numa certeza tanto maior quanto maior a faixa etária auscultada (68% nos 65 e mais anos, contra 51% nos 18-34). Convicção demonstrada por 69% dos inquiridos no Norte, face aos 46% no Sul e Ilhas. Tal como por 74% dos que fumam diariamente.
Refira-se que 42% dos inquiridos na referida sondagem nunca fumaram (54% nos 18-34, contra 37% nos 65+), 27% já fumaram e 20% fumam diariamente. Dos que fumam, mais de metade (55%) compra nas bombas de gasolina.
Aposta na prevenção
Para chegar à meta a que o Governo de António Costa se propõe, 81% concordam que o caminho se faz pela prevenção e não pela repressão. Numa proporção, novamente, superior no Norte (84%) face a Sul e Ilhas (73%), seguindo o mesmo racional etário. Se um quinto na faixa 18-34 escolhe a repressão, nos 65+ fica-se pelos 5%.
E como a prevenção não se faz sem comunicação, 26% concordam que a medida mais eficaz para reduzir o número de fumadores é campanhas informativas dirigidas aos jovens. Acolhe mais apoios nos inquiridos com 65+ do que na faixa mais jovem (15%, nos 18-34). Tendo sido a medida mais escolhida pelos ex-fumadores (um terço).
Na lista de medidas, seguem-se a divulgação de informação sobre as doenças e riscos de saúde associados ao consumo de tabaco, escolhida por 25%; e o apoio médico célere a quem deseja deixar de fumar, com 22% das respostas. A facilidade e a rapidez de acesso a consultas de cessação tabágica é referida por um quinto, com maior apoio dos mais jovens (26%) do que dos mais velhos (17%).
Espaços livres de fumo
Quanto à decisão de alargar a proibição de fumar a espaços livres, 57% dos inquiridos concordam. Entre os que consomem diariamente tabaco, 32% discordam totalmente da medida. Em sentido inverso, 36% dos que nunca fumaram estão totalmente de acordo.
No final, um terço admite ver a nova lei como uma forma de diminuir o consumo - 45% dos que nunca fumaram assim o acreditam -, enquanto 19% consideram-na um atentado às liberdades individuais - opção de 35% de quem fuma numa base diária. Há, ainda, 17% que entendem ser um incentivo à venda em circuitos informais e 15% uma intromissão abusiva do Estado na esfera da vida privada (opção de 24% dos que fumam diariamente e de 9% dos que não fumam).