Maioria das mulheres grávidas ou em pós-parto com ansiedade e depressão não procuram tratamento
Um estudo de um grupo de investigadoras da Universidade de Coimbra aponta que 80% das mulheres grávidas ou em pós-parto com sintomas de ansiedade e depressão não procuram tratamento. A coordenadora do estudo, Ana Fonseca, aponta para um estigma social e sugere um maior acompanhamento dos profissionais de saúde na parte psicológica.
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"No geral, já há um estigma social para os problemas de saúde mental, e em particular neste período de gravidez e pós-parto. Porque culturalmente há uma mensagem que é o período mais feliz da vida, de alegria e é, mas não quer dizer que não seja um período difícil, com muitas mudanças e grande impacto. É mais difícil reconhecer que se precisa de ajuda nesse período, porque têm medo que achem que não são boas mães ou que não gostem o suficiente dos filhos", aponta Ana Fonseca, psicóloga clínica e investigadora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.
Segundo a coordenadora, o papel dos profissionais de saúde nestas situações passa por desmistificar e estar atento a sintomas, sugerindo que poderia haver uma avaliação psicológica das mulheres grávidas ao longo do período pré-natal.
"Seria importante. Já existem instrumentos que são curtos e permitem identificar algumas dessas necessidades em poucos minutos", defende, completando que, na maior parte dos casos, os problemas só são detetados por iniciativa da mulher.