O dia 18 de maio pode deixar tudo na mesma, com algumas diferenças no plano parlamentar, mas insuficientes para assegurar uma maioria de 116 deputados que garanta a tão proclamada estabilidade, como revela a sondagem da Pitagórica para o JN, TSF e TVI/CNN.
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Com o crescimento do Chega, as únicas soluções para a maioria reduzem-se a duas improváveis: o Bloco Central entre PSD e PS; ou a coligação da AD com o Chega. De acordo com a sondagem da Pitagórica, a coligação pós-eleitoral entre a AD e a IL somaria 38% das intenções de voto, insuficientes para obter a desejada maioria de 116 deputados.
No caso de coligações, as experiências anteriores mostram que seriam sempre precisos mais de 45% dos votos para uma coligação pós-eleitoral conseguir uma maioria. Ainda que a AD juntasse o PAN e o Livre a esta conta, o que de si já seria um equilíbrio difícil, apenas teria 44,4%.
À Esquerda, a maioria é ainda mais uma miragem. Juntos, o PS, Livre, BE, CDU e PAN apenas conseguem 38% das intenções de voto, igualmente insuficientes para a maioria.
Caso Luís Montenegro rasgue o “não é não” e opte por uma coligação com André Ventura, alcança 51% dos votos. É suficiente para, por exemplo, dispensar até três deputados do CDS-PP, se os centristas não concordarem com a aliança com a extrema-direita.
AD e PS juntos têm 57%
Há ainda a hipótese de um Bloco Central, onde uma aliança entre a AD e o PS teria 57,1%, igualmente suficientes para dispensar o CDS, mas que fariam de André Ventura o líder da Oposição, dando-lhe margem para crescer. Só houve uma vez um Bloco Central, em 1983, no segundo Governo de Mário Soares, que durou dois anos e meio.
Com estas contas, o cenário mais provável para a noite de 18 de maio é um equilíbrio de forças semelhante ao atual, ainda que alguns partidos possam crescer e outros descer, com eventuais entradas e saídas de novas forças políticas no Parlamento.