Há milhares de provas do 9.º ano que foram reapreciadas automaticamente. É a primeira vez que o mecanismo é introduzido e acontece por via dos exames serem digitais e de não haver lugar à possibilidade de consulta. No total, foram revistas 13 459 provas, com as de Matemática à cabeça.
Corpo do artigo
"Com a realização de Provas Finais do Ensino Básico em suporte digital, e sendo estas provas de carácter não público, decidiu-se pela introdução de um mecanismo automático de reapreciações", lê-se na resposta do Ministério da Educação às perguntas do JN. A indicação de reapreciação automática está plasmada na pauta de afixação dos resultados, libertando os pais de requererem esse pedido.
O processo aplica-se às provas em que a classificação final da disciplina após a realização do exame seja inferior à classificação interna; ou quando o aluno se apresente à realização da prova com uma classificação final da disciplina de nível dois e obtenha uma classificação na prova entre 64 e 69 pontos percentuais.
Segundo os dados do Júri Nacional de Exames enviados ao JN, a prova de Matemática, que ficou marcada por falhas que abrangeram cerca de 600 alunos, foi a que esteve sujeita ao maior número de reapreciações, num total de 7603. Também o exame de Português foi alvo de 5 364 revisões automáticas, 290 no de Português Língua Não Materna (A2) e 199 no exame de Português Língua Não Materna (B1). A prova de Português Língua Segunda contou com três revisões.
A tutela explica ainda que “nas provas finais do ensino básico não há lugar a pedido de consulta de prova”, conforme está estabelecido no artigo 23º relativo à “Consulta e Reapreciação das Provas Finais do Ensino Básico”.
Não automáticos
Apesar da estreia deste mecanismo, ainda é possível os pedidos de reapreciação serem feitos pelos alunos se assim pretenderem, mediante pagamento, de acordo com as regras em vigor. Mas aconteceram em menor escala do que no ano passado. No total foram 32 e a maioria registou-se na prova de Português (27), seguindo-se a de Matemática (4). No ano passado, estes pedidos ascenderam a 194.
Foi a primeira vez que as provas digitais realizaram-se no 9.º ano e a estreia ficou marcada por algumas falhas nos exames de Matemática, que abrangeram cerca de 600 provas num universo de mais de 97 mil provas, o que corresponde a cerca de 0,6% do total.
A divulgação dos resultados também sofreu atrasos e obrigou o ministério da Educação, Ciência e Inovação a instaurar uma averiguação interna. Os alunos que tiveram negativa nos exames e que ficaram em situação de reprovação a uma ou às duas disciplinas ficaram automaticamente inscritos na segunda fase de provas.