
Reativação do fogo de Vila Real preocupa autoridades
Foto: PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA
Mais de 1700 operacionais combatiam, pelas 4.15 horas desta terça-feira, os quatro incêndios mais preocupantes em Portugal continental, em Vila Real, Trancoso, Covilhã e Tabuaço, de acordo com a Proteção Civil.
Corpo do artigo
Os incêndios em Tabuaço (Viseu), Covilhã (Castelo Branco), Trancoso (Guarda) e Vila Real estavam em curso, enquanto outros dois incêndios de dimensões significativas, em Moimenta da Beira (Viseu) e Caldas das Rainhas, se encontravam em resolução.
O fogo de Tabuaço, no norte do distrito de Viseu, conta com uma frente ativa "numa zona de difícil acesso", encontrando-se "em progressão", disse à Lusa fonte do Comando Sub-regional do Douro.
No terreno, combatiam o fogo 215 operacionais apoiados por 73 meios terrestres por volta das 4.15 horas, de acordo com a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
O combate ao fogo de Vila Real, onde se encontram 282 operacionais auxiliados por 99 meios terrestres, evoluiu favoravelmente, mantendo-se hoje uma frente ativa em zona de declive acentuado e de falta de acessos, pelo que se espera pelo reforço de meios aéreos.
Já em Freches, Trancoso, o incêndio está a ser combatido por 699 operacionais, apoiados por dois helicópteros, que têm como principal missão combater duas frentes ativas situadas entre Rio de Mel e Castanheira, revelou a Proteção Civil. Por volta das 8.30 horas, estavam também mobilizados para o local, no distrito da Guarda, 221 veículos.
Já em Sobral de São Miguel, na Covilhã, o incêndio entrou hoje em fase de resolução. No terreno, cerca das 9 horas, trabalham 543 operacionais, 695 meios terrestres e três meios aéreos.
Portugal está em situação de alerta devido ao risco de incêndio e, nas últimas semanas, têm deflagrado vários incêndios no norte e centro do país que já consumiram uma área de quase 60 mil hectares este ano.
Pedro Araújo, oficial de operações da ANEPC, destacou, num balanço pelas 23 horas de segunda-feira, que nestes quatro incêndios se registaram 37 vítimas, entre civis e operacionais, que foram assistidos no local (sem necessidade de assistência hospitalar) ou considerados feridos ligeiros e transportados ao hospital.
Aviso laranja por causa do calor
Doze distritos de Portugal continental estão sob aviso laranja por causa do calor, a maioria até ao final do dia de quinta-feira, anunciou esta segunda-feira o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Bragança, Évora, Guarda, Beja, Castelo Branco e Portalegre estão sob aviso laranja, o segundo mais grave, devido à "persistência de valores muito elevados da temperatura máxima", que vai permanecer até às 18:00 de quinta-feira.
Já os distritos de Viseu e Vila Real passam a amarelo a partir das 18 horas de terça-feira, regressando ao aviso laranja entre as 6 horas e 18 horas de quinta-feira, referiu o IPMA em comunicado.
O Governo renovou a situação de alerta no país até quarta-feira, dia 13 de agosto, devido ao risco de incêndio florestal.
A renovação da situação de alerta tem como base dois motivos principais: a continuação de temperaturas elevadas em todo o país para os próximos dias e a diminuição de ignições devido às proibições determinadas.
Entre as medidas em vigor estão a proibição de acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, de acordo com os Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, bem como a realização de queimas e queimadas, ficando igualmente suspensas as autorizações emitidas para esse período.
A situação de alerta implica também a proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais e rurais com o recurso a maquinaria e o uso de fogo de artifício e outros artefactos pirotécnicos. Neste caso, também as autorizações já emitidas ficam suspensas.
