Mais de 23 mil alunos não têm aulas a uma disciplina desde o arranque do ano letivo. O ministro da Educação, Ciência e Inovação garante que as medidas aplicadas estão a surtir efeito: 557 professores que tinham abandonado a carreira regressaram e já foram atribuídas mais mil horas extraordinárias do que no ano passado.
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"Uma das medidas que mais tem ajudado é o alargamento das horas extraordinárias", assumiu esta manhã, no Palamento, Fernando Alexandre. O ministro da Educação, Ciência e Inovação (MECI) revelou que graças às 1016 horas extraordinárias atribuídas a mais do que em relação ao mesmo período do ano passado cerca de sete mil alunos têm aulas.
Fernando Alexandre faz um balanço positivo do mês e meio de aulas. No arranque do ano haviam 4075 horários por preencher, agora são 720. Cerca de 54 mil alunos não tiveram aulas, a pelo menos uma disciplina, num determinado momento. E entraram no sistema 3344 novos docentes.
O ministo revelou que 557 professores que tinham deixado de concorrer "aceitaram o desafio" do Governo, proposto no plano "+Aulas, +Sucesso" e voltaram a dar aulas. O objetivo, recorde-se, eram 500. E ainda que 2234 docentes já pediram apoio à deslocação, sendo que cerca de metade estão a mais de 300 quilómetros de casa o que significa que vão receber o valor máximo de 450 euros por mês.
Sofia Canha, do PS, criticou o apoio à deslocação por excluir milhares de professores deslocados que não estão colocados num dos 234 agupamentos sinalizados como "carenciados".
Fernando Alexandre voltou a defender que o objetivo foi criar um incentivo para os professores concorrerem para essas escolas. "O cerne do problema são os alunos não os professores", frisou o ministro. A deputada socialista defendeu que os concursos docentes não podem ser "jogos de sorte e de azar".