A vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV) começou a ser administrada a jovens do sexo masculino em outubro de 2020 e abrange todos os rapazes nascidos a partir de 2009. Mais de 50% dos menores com 11 e 12 anos estava já vacinado com as duas doses, no final de 2021.
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Os dados são apontados pela Direção-Geral da Saúde (DGS), no boletim sobre a cobertura vacinal do Plano Nacional de Vacinação (PNV), que foi divulgado esta quinta-feira à tarde. Os números referem-se à vacinação no ano de 2021. Segundo a autoridade de saúde, mesmo com "sérios constrangimentos na disponibilidade da vacina a nível mundial", mais de metade dos rapazes com 11 e 12 anos estão totalmente imunizados contra o HPV.
A vacina contra o HPV era só administrada a jovens do sexo feminino desde 2008. Geralmente associado ao cancro do colo do útero, o vírus do papiloma humano é também responsável por um elevado número de infeções em homens e mulheres. É um vírus que geralmente não apresenta sintomas. É uma infeção sexualmente transmissível "mais frequente nos mais jovens e nos primeiros anos após início da atividade sexual", precisa a DGS no site oficial.
Mais de 60% dos rapazes com 10 anos (64%) tinha pelo menos uma dose da vacina contra o HPV, que constitui uma cobertura vacinal "semelhante à atingida no sexo feminino", de cerca de 68%. No boletim, a DGS aponta que os dados mostram "a confiança da população em relação ao PNV e às 'novas vacinas'", nomeadamente a do HPV nos rapazes.
Quanto às meninas, a vacina contra o vírus do papiloma humano continua a ser amplamente administrada. Em 2021, 94% das jovens nascidas em 2007 estavam vacinadas com as duas doses. O número não registou alterações desde o ano passado, que mantinham igualmente 94% de raparigas com aquela idade totalmente imunizadas. Ou seja, no período de um ano, mais nenhuma jovem completou o esquema vacinal.
De acordo com a DGS, "em Portugal, não houve registo de novos casos de sarampo em 2021". 98% das crianças, que completaram dois anos de idade, tinha a primeira dose da vacina contra o sarampo, a parotidite epidémica e a rubéola. No boletim da DGS, referente aos dados de 2020, 99% das crianças de dois anos estavam imunizadas. Uma diferença percentual pouco significativa entre os dois anos.
Os dados são "muito positivos", aponta a autoridade de saúde, tendo em conta os alertas da Unicef e da Organização Mundial de Saúde para a ocorrência de surtos de sarampo em vários pontos geográficos. Até este mês, as Nações Unidas registam 21 grandes surtos em todo o Mundo. Em janeiro e fevereiro deste ano, houve um aumento de 80% no número de casos, comparativamente ao mesmo período de 2021.
Desde outubro de 2020, o PNV passou a incluir também a vacina contra a doença invasiva meningocócica do grupo B (MenB) para todas as crianças, nascidas a partir do ano de 2019. Nos bebés que completaram um ano, 98% foram imunizados com duas doses. A vacina tem um esquema vacinal de três doses.
Relativamente ao número de grávidas vacinadas contra a tosse convulsa, a DGS estimava 90% de mulheres imunizadas em 2020. A percentagem baixou ligeiramente em 2021, para os 87%. A DGS recomenda que a vacina Tdpa seja administrada, e combinada com a vacina contra o tétano e a difteria, entre as 20 e as 36 semanas de gestação.