A paragem cardiorrespiratória em bebés e em crianças - e que, em alguns casos, resulta em morte - ocorre, anualmente, a oito menores por cem mil habitantes na Europa. Para lhes salvar a vida, nada como pais, familiares e professores conhecerem os métodos de Suporte Básico de Vida Pediátrico Pediátrico. Técnicas que passam por reanimação com a respiração boca-a-boca ou boca-nariz e compressões torácicas, para que o sangue continue a circular. Isto antes da chegada do socorro de emergência.
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Foi a mensagem transmitida por uma equipa de enfermeiros e de técnicos do Hospital de Braga numa ação de formação em que se inscreveram 93 pessoas, a maioria jovens casais, mas também, professores, educadores de infância e cuidadores.
A aula iniciou-se com uma explicação teórica, sobre como executar um conjunto de movimentos que podem salvar a vida de uma criança que seja acometida de paragem cardiorrespiratória, por obstrução das vias respiratórias, devido a acidente e a engasgamento a comer ou por ter engolido brinquedos, peças de lego ou mesmo pilhas.
A enfermeira do Hospital de Braga, Susana Mineiro, especialista em doenças infantis, disse, ao JN, que as boas práticas a adotar, em caso de paragem respiratória, são "simples e fáceis". No entanto, se as técnicas de Suporte de Vida em adultos estão já divulgadas, inclusive em meio escolar, o mesmo não sucede no que toca a bebés e a crianças.
Manual no site do INEM
"Com esta ação, realizada em cooperação com a Escola de Enfermagem da Universidade do Minho, são já 300 as pessoas aptas a lidar com estes acidentes", sublinhou a enfermeira, adiantando que o hospital levará estas ações a empresas. Os interessados podem consultar, também, o site do INEM, onde existe um manual de boas práticas sobre o tema, aplicado a crianças.
À aula teórica, seguiu-se a prática, na qual os participantes, quase todas mulheres, exercitaram, com um boneco articulado, as técnicas de desobstrução respiratória e de compressão pneumotorácica. Entre as formandas, estava Catarina Cunha, de 36 anos e mãe de duas crianças, com três e cinco anos: "Nunca tive um problema destes com os meus filhos, mas, agora, fico com os conhecimentos necessários para lhes acudir se isso suceder", referiu, aconselhando todos os progenitores a fazer o mesmo.
Dicas da enfermeira salvaram sobrinho
A ideia de fazer formação na área partiu de Susana Mineiro: "um irmão meu salvou o filho de uma possível morte quando ele se engasgou a comer, aplicando o que lhe tinha ensinado. Por isso, decidi avançar!".