O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, revelou esta quarta-feira, que cerca de 36% do território encontra-se em seca severa ou extrema, com particular impacto nas áreas do Tejo, no Alentejo e Algarve. Atualmente, já estão a ser aplicadas medidas de contingência em albufeiras no Alentejo e no Algarve. O governante aproveitou para anunciar que as dessalinizadoras de Sines e de Mira vão avançar, para além do equipamento no Algarve.
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O ministro sublinhou que "a média de capacidade das albufeiras está acima da que se verificava no ano passado por esta altura: 79% agora contra os 65%. Temos medidas estruturais em curso. Estamos a definir os planos de eficiência regionais em mais regiões do país".
Em resposta aos deputados do PSD, Duarte Cordeiro clarificou que Espanha está cumprir a convenção de Albufeira, embora "em regime de exceção na albufeira do Guadiana". E anunciou a criação de mais duas dessalinizadoras, para além do equipamento que avançará no Algarve para a transformação de água salgada em água potável. As novas dessalinizadoras nascerão em Sines e em Mira. Em Sines, explicou o governante, o equipamento servirá para a produção de hidrogénio. Em Mira, o projeto é de uso privado, destinando-se aos "regantes do Mira", na região de Coimbra.
Durante a audição regimental na Comissão de Agricultura e Pescas da Assembleia da República, o ministro deu a conhecer a abertura de avisos no valor de 40 milhões de euros para "instalação e manutenção de áreas de mosaicos de parcelas de gestão de combustíveis" e a abertura, ainda este mês, para a "componente de transformação, resiliência ambiental e recursos cinegéticos", no valor de 20 milhões de euros.
Dez milhões investidos no Pinhal de Leiria
No domínio das Florestas e ao nível da prevenção de incêndios florestais, Duarte Cordeiro salientou a realização de "oito mil hectares de faixas de gestão de gestão de combustível" na última campanha, iniciada em outubro, esperando acrescentar mais 11 mil hectares ainda este ano.
Respondendo ao deputado do PCP, Duarte Alves, o ministro do Ambiente esclareceu que, dos 17 milhões de euros resultantes da venda de madeira que ardeu, durante o verão passado, no Pinhal de Leiria, 10 milhões de euros já foram investidos na recuperação da própria mata. Cerca de 28% do pinhal ardido foram rearborizadoa, estando contratualizada a recuperação de mais 58% da área florestal.
Entretanto, foram constituídas 70 áreas integradas de gestão da paisagem nas zonas mais afetadas pelos incêndios florestais. Cerca 144 municípios que não dispõem de Cadastro Geométrico da Propriedade Rústica aderiram ao BUPi, a plataforma que permite mapear o território português.
"O montante de apoio para as medidas de investimento na produção florestal ascende a 274,5 milhões de euros. Além deste montante, há, ainda, a destacar outras áreas de apoio complementar para a cadeia de valor, como são a transformação de produtos agrícolas e florestais na bioeconomia que totalizam 150,7 milhões de euros", afirmou.