Manifestantes interpelam Paulo Rangel na Feira do Livro: "O vosso silêncio é cúmplice do genocídio”
Um grupo de cinco manifestantes acusaram, esta quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e a União Europeia de serem “culpados de genocídio”, durante a participação do governante português numa conferência em Lisboa.
Corpo do artigo
A intervenção dos cinco jovens ocorreu no início da conferência “40 Anos de Portugal na União Europeia: O Legado de Mário Soares e os Desafios do Futuro", quando irromperam no recinto, na Feira do Livro, com cartazes em que se lia “Rangel culpado de genocídio”, “UE culpada de genocídio”, “Para de consentir, começa a agir”, empunhando uma bandeira da Palestina.
A ação, organizada pelos movimentos Climáximo e Greve Climática Estudantil, atraiu a curiosidade de algumas dezenas de pessoas, que se aproximaram do local e aplaudiram os manifestantes, gritando também “Palestina Livre”.
Elementos da Polícia e seguranças retiraram os manifestantes do auditório, mas estes continuaram o protesto no exterior, antes de dispersarem.
“Viemos aqui para culpabilizá-los pela fome, pela miséria, pelas mortes que estão a acontecer na Faixa de Gaza e dizer que não aceitamos este sistema que promove o genocídio, a guerra, o colonialismo e o colapso climático. Vamos derrubar esse sistema”, disse uma das manifestantes, que apelou à população portuguesa para se juntar ao protesto. “O vosso silêncio é cúmplice do genocídio”, comentou, prometendo que os manifestantes não vão parar “até que a Palestina seja livre”.
O protesto não interrompeu a conferência, com a professora universitária Dina Sebastião a prosseguir a sua intervenção, apesar do protesto.
Rangel condena ataque a ator e pede “punição exemplar”
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros condenou hoje o ataque contra a companhia de teatro "A Barraca", considerando-o um caso grave que merece “perseguição e punição exemplar”. Questionado pelos jornalistas, na Feira do Livro, quer sobre este episódio de violência, quer sobre o ataque de alegados adeptos sportinguistas a simpatizantes do F. C. Porto, após um jogo de hóquei em patins na capital, Paulo Rangel considerou que “são dois casos muito graves que merecem perseguição e punição exemplar”.
Questionado sobre a demora do primeiro-ministro, Luís Montenegro, em reagir a estes episódios, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros destacou: “A condenação está feita, é clara, estou eu aqui a fazê-la”. “O essencial é a condenação da violência, neste caso infelizmente até associada a duas áreas em que normalmente são áreas em que os valores da tolerância e do respeito são cultivados nesses espaços”, acrescentou.
Paulo Rangel apontou também para a atuação dos órgãos policiais, que destacou terem a responsabilidade da perseguição, e dos órgãos judiciais, que devem “levar a sua tarefa até às consequências que se impõem”, considerando isso “fundamental para a prevenção”. “Há matérias que a partir do momento que são praticadas já não dependem do Governo, dependem também da justiça e do setor judicial”, salientou.