Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu, na noite deste sábado, a todos os autarcas do país o "sentido de sacrifício" com que encararam o último ano e meio.
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Na mensagem que dirigiu aos portugueses, através da RTP, a propósito do ato eleitoral deste domingo, o presidente destacou também "a coragem cívica" das centenas de milhares de candidatos "que se empenharam em longas e difíceis campanhas", limitadas por medidas de combate à covid-19.
Começando por realçar que as eleições autárquicas deste domingo são "as primeiras marcadas por três crises ao mesmo tempo - a da pandemia, a da economia e a da sociedade" -, o presidente lembrou que muitas das restrições duraram até à campanha eleitoral, enquanto "a notável aventura coletiva da vacinação ia ganhando o combate contra a pandemia". A esse propósito, salientou o "mérito do pessoal da Saúde, de instituições e serviços básicos, de autarcas, das Forças Armadas e da maioria esmagadora dos portugueses".
"Só quem foi candidato a autarca em tempos muito, muito mais simples - eu sei do que falo - pode entender bem o que é fazer campanha numa situação como esta", afirmou.
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"Para o sentido de sacrifício dos autarcas de todas as sensibilidades - no poder ou na oposição - ao longo do último ano e meio, vai a nossa profunda gratidão. Em especial, para aqueles que nos deixaram ao serviço das populações", referiu Marcelo Rebelo de Sousa.
Para o chefe de Estado, os representantes do poder local "foram excecionais a acorrer a casos dramáticos, tantas vezes sem meios, sem tempo, para tamanhas urgências. Em casas, em lares, em escolas, em locais de trabalho e em unidades de saúde". Lembrou também que "descobriram material de proteção sanitária, testes, ventiladores, improvisaram espaços de isolamento profilático, serenaram emigrantes, ajudaram infetados, apoiaram desempregados e insolventes, choraram mortos e deram força a vivos". Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "é isto ser-se autarca. E, ser-se autarca, numa crise, na saúde, na economia e na sociedade".
O presidente depositou ainda uma "exigente esperança" em todos os que forem eleitos, pois a eles cabe "a missão essencial de recuperar da mais inesperada e abrupta crise do último século".
Já aos eleitores, deixou um veemente apelo, como presidente da República mas também como português: votar hoje "é mais importante do que nunca". É, acrescentou, "um redobrado dever de consciência". "Por memória deste ano e meio que não esqueceremos. Por vontade de sair da crise definitivamente e de recomeçar a viver a vida a que todos temos direito", concluiu.