O presidente da República afirmou, esta sexta-feira, que as previsões económicas feitas pelo Governo "são melhores" do que esperava. Nesse cenário, a "conflitualidade e a tensão" não deverão atingir níveis preocupantes, anteviu, embora sublinhando que, sobretudo em matéria de inflação, as previsões do Executivo são "mais otimistas" do que as de muitos analistas.
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"Se o cenário [económico] não for tão mau quanto muitos previam e puder ser uma subida progressiva da economia e uma aterragem da inflação, aí penso que as consequências sociais - que inevitavelmente haverá sempre, na vida de toda a gente - não terão a conflitualidade e a tensão que teriam de outra maneira", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, de visita ao Chipre.
Ainda assim, o chefe de Estado frisou que, no caso de a situação económica evoluir de forma menos favorável, trazendo "problemas complicados" a nível de desemprego e de subida de preços, Portugal não está a salvo de ver a crispação social crescer. "Aí, a tensão poderia subir", admitiu Marcelo.
Admitindo que esperava "um cenário pior" do que aquele que o Governo antevê, o presidente frisou que os meses de novembro, dezembro e janeiro serão "uma espécie de barómetro" para ver se a economia nacional seguirá, de facto, o rumo apontado pelo Executivo. "Em fevereiro ou março" já se vai saber se essas previsões acertaram "em cheio" ou não.
O Governo projeta uma inflação a rondar os 4% para 2023, além de um crescimento de 1,3% e um défice de 0,9%.