O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho defendeu, este sábado, que "não deve haver instrumentalização do Presidente da República por parte de ninguém" e garantiu que o seu partido não a irá fazer.
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"Não deve haver instrumentalização do Presidente da República por parte de ninguém", frisou o líder social-democrata à entrada do segundo dia do 36.º Congresso do PSD em Espinho.
Questionado sobre a ausência de dirigentes como Morais Sarmento ou Rui Rio, o líder social-democrata respondeu: "não sinto a falta de ninguém porque estou muito bem apoiado dentro do PSD. O meu pai costumava dizer que só faz falta quem está".
Aida sobre Marcelo Rebelo de Sousa, Passos Coelho acrescentou que o Presidente da República "não é uma expressão do PSD e não deve ser instrumentalizado por ninguém, nem pelo PSD, nem pelo PS, nem por partido nenhum".
E disse: "Nós não instrumentalizaremos nem tentaremos instrumentalizar -- porque acho que o Presidente da República nunca se deixa instrumentalizar -- porque mantemos que é importante que ele possa estar num plano diferente dos partidos e devemos respeitar sempre as suas opiniões se queremos fortalecer a instituição como queremos".
Remetendo para o seu discurso de sexta-feira de apresentação da moção estratégica "Compromisso Reformista", o ex-primeiro-ministro assinalou que "o Presidente da República não faz o jogo dos partidos, deve unir os portugueses, tem de ter um papel importante de cooperação institucional com os restantes órgãos de soberania, com o governo à cabeça, o parlamento também".
"O Presidente da República não governa nem legisla, mas deve ter um exercício de influência de magistratura que seja relevante para todos os portugueses. E deve ter também a sua opinião sempre que isso possa ser suscitado por matérias a que atribua relevância", disse.
Para Passos Coelho, "o facto de [o Presidente da República] exprimir a sua opinião, que pode estar em desacordo com os portugueses, isso não é desunir os portugueses, isso é simplesmente vincar a identidade da personalidade que exerce o mandato de Presidente da República".