Há mais de 700 militares portugueses em missões por quase todo o Mundo que vão passar a quadra natalícia a centenas de quilómetros de casa. O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visita esta terça-feira alguns deles, indo ao encontro das tropas que estão ao serviço da NATO na Roménia, país muito sensível no contexto da guerra no Leste da Europa por se situar na fronteira com a Ucrânia.
Corpo do artigo
No início do mês, o chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas já comunicara à Assembleia da República que tinha prevista, "nas vésperas de Natal", uma visita aos militares destacados naquele país, para onde foi antecipado, em abril passado, o envio de tropas - inicialmente apenas previsto para o segundo semestre do ano - na sequência da eclosão do conflito a leste.
Em outubro, a segunda Força Nacional Destacada (FND) partiu para a Roménia, um dos 14 países onde estão presentes as Forças Armadas portuguesas em missões internacionais. De acordo com a informação disponibilizada pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), há, neste momento, 19 missões ativas pelo Mundo, que contam com 759 militares empenhados e 95 meios envolvidos.
é a segunda maior missão
A Roménia é, de resto, o segundo país onde a presença de militares portugueses é mais significativa, com um total de 236 homens destacados ao serviço da NATO - 232 militares dos três ramos no âmbito da missão "Enhanced Vigilance Activity" e quatro do Exército na "Tailored Forward Presence". O objetivo é contribuir para a vigilância, dissuasão e reforço da defesa do flanco sudeste da Aliança Atlântica.
19 missões com tropas portuguesas em 14 países. Algumas são missões de treino, noutros casos a função dos militares é contribuir para a segurança do país onde estão destacados, podendo entrar em ações de combate, como já sucedeu na República Centro-Africana.
A República Centro-Africana continua a ser o ponto do globo onde Portugal tem mais efetivos empenhados, num total de 259. Destes, 228 estão ao serviço da ONU, constituindo a força empenhada na segurança e estabilização do país (MINUSCA). Os restantes 31 estão integrados na missão de treino da União Europeia (UE). Em ambos os casos com o empenho dos três ramos das FA.
Além das missões da NATO (contam com um total de 317 portugueses), ONU (232 militares)e UE (127 homens), há ainda forças nacionais destacadas no âmbito de acordos bilaterais e multilaterais com países aliados e amigos (83 efetivos distribuídos pelo Golfo da Guiné, Jordânia e S. Tomé e Príncipe). Ao JN, o EMGFA indicou que "não está prevista a projeção de mais meios no curto prazo" para missões internacionais, apesar do parecer favorável do Conselho Superior de Defesa Nacional sobre "matéria de força nacional destacada".
Articulação
No documento público que "reflete o empenhamento das Forças Nacionais Destacadas (FND) aprovado para o ano de 2022", o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro, refere que esta "é uma nobre e exigente missão, que requer uma articulação ativa e permanente com a tutela política e uma coordenação intensa com a Marinha, o Exército e a Força Aérea".
Conselho de Defesa reúne-se na sexta-feira
A questão sobre forças nacionais destacadas foi apresentada ao Conselho de Defesa pelo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro, estando uma nova reunião agendada para sexta-feira para "concluir a aprovação" referida. A informação, publicada no site oficial da Presidência da República, não especifica, no entanto, o que está em causa. A 3 de outubro, numa outra reunião daquele órgão, foi dado "parecer favorável, por unanimidade, a uma nova missão no Mediterrâneo e a reajustamentos circunscritos à proposta de forças nacionais destacadas para 2022 aprovada em 26 de novembro de 2021".