Maria Luís Albuquerque acusa esquerda de não assumir "responsabilidade de nada"
A ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque (PSD) criticou esta quarta-feira a esquerda portuguesa por não assumir "responsabilidade de nada", nomeadamente quando à crise de 2011, e alertou que os regimes comunistas "não lidam bem com a liberdade".
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"Naturalmente que a esquerda portuguesa - e não só portuguesa, mas, enfim, é a que conheço melhor - nunca assume responsabilidade de nada. Não tiveram culpa nenhuma na crise de 2011, não assumiram responsabilidade nenhuma", afirmou a governante que integrou os últimos governos PSD/CDS-PP.
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A antiga ministra das Finanças entre 2013 e 2015, nos dois governos liderados por Pedro Passos Coelho, apresentou esta quarta-feira, em Lisboa, o livro "Um século de Escombros, Pensar o futuro com os valores da Direita", de Gabriel Mithá Ribeiro.
Também o antigo primeiro-ministro marcou presença na apresentação, o que mereceu um agradecimento especial por parte do autor.
Nenhum dos antigos governantes quis falar à comunicação social sobre a situação que o PSD atravessa, com a disputa da liderança entre Luís Montenegro, Miguel Pinto Luz e o atual presidente do partido, Rui Rio, que sucedeu precisamente a Passos Coelho.
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Na apresentação do livro, a social-democrata recordou os tempos em que o XIX Governo (2011-2015) pôs em prática o programa de ajustamento financeiro, depois da crise de 2011.
Entre os países que passaram por um resgate, a Grécia foi aquela que optou por adotar uma "atitude de vítima", em contraste com "a atitude de responsabilidade adotada pela Irlanda, Portugal ou Chipre", afirmou a antiga ministra.
"O posicionamento de vítima assumido pelo governo grego acabou por levar a medidas muito graves" que fizeram com que o "sofrimento tenha sido muito e inutilmente prolongado", considerou a ex-governante.
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Na sua opinião, os partidos da esquerda em Portugal "rapidamente se descartaram da responsabilidade da resolução da crise e, naturalmente, aderiram ao herói do Syriza quando apareceu com esta postura de vítima e com esta atitude de desafio".
"Claro que a solidariedade perante os gregos acabou tão depressa quanto a atitude de desafio do Syriza. Que eu sabia o Bloco de Esquerda nunca mais visitou a Grécia e a solidariedade que mantêm com os gregos resume-se ao ministro Varoufakis quando vem descer a Avenida de Liberdade", concluiu.