
Luís Marques Mendes é candidato às eleições presidenciais
Foto: José Coelho / Lusa
O candidato presidencial Luís Marques Mendes lançou esta quinta-feira um apelo aos médicos tarefeiros para que não avancem com uma greve, rejeitando o desafio de André Ventura para um debate centrado na saúde.
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"Eu não sei se vai acontecer uma greve dos tarefeiros, espero que não. E faço um apelo a que não avance uma greve. Faço mesmo um apelo a que, em vez de uma greve, se sentem à mesa das negociações com o Governo e que o Governo abra um processo de negociações", declarou.
Na quarta-feira, foi conhecido que um grupo de mais de mil médicos tarefeiros está a preparar uma paralisação das urgências para quando for publicado o diploma do Governo que regula o trabalho médico em prestação de serviços.
Em declarações aos jornalistas, no final da primeira sessão do ciclo das eleições presidenciais promovido pela SEDES Jovem (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, organização cívica fundada em 1970), em Lisboa, Luís Marques Mendes alertou para a existência de "um clima muito instável" no setor da saúde.
"Nós precisamos de ter alguma estabilidade. Nós estamos com um clima muito crispado, precisamos de ter um clima de maior equilíbrio. Só vejo uma solução: diálogo e negociação. A solução não é a greve, a solução é uma negociação. Faço um apelo ao Governo e faço um apelo aos tarefeiros, é uma forma construtiva de tentar encontrar uma saída", argumentou.
Para o candidato presidencial apoiado pelo PSD, a possível greve dos tarefeiros pode acrescentar "um problema muito mais sério" aos que já existem no Serviço Nacional de Saúde.
Marques Mendes respondeu ainda ao desafio lançado esta quinta-feira por André Ventura, do Chega, que o convidou, assim como a Henrique Gouveia e Melo e António José Seguro, para um debate sobre saúde.
"Nós vamos ter dezenas de debates, portanto não vale a pena acrescentar mais debates. Neste momento, temos é que resolver as questões. Não contam comigo para politiquice", garantiu.
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O antigo governante pronunciou-se ainda sobre a decisão da Comissão Nacional de Eleições, que concluiu que os cartazes do candidato presidencial André Ventura com referências à comunidade cigana e ao Bangladesh não constituem "ilícito eleitoral", recordando ter defendido anteriormente que a questão não era judicial, mas política.
"Acho que toda a gente tem direito a ter posições diferentes sobre a imigração, mas devíamos deixar de tratar os imigrantes da forma humilhante e provocadora como alguns tratam. Uma coisa é discordar das políticas, outra coisa é ter respeito pelas pessoas", distinguiu no final do debate promovido pela SEDES Jovem.
As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro de 2026.
