Marques Mendes pediu a quem não quer entrar em "aventuras" para dar um "voto massivo" à AD
O ex-líder do PSD,Luís Marques Mendes, apareceu na campanha da Aliança Democrática (AD) para apelar ao voto dos indecisos e de protesto, avisando para o risco de se repetir a situação de 2015, em que Passos Coelho ganhou as eleições mas que ficou a governar foi António Costa.
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“Estas eleições também são, em boa medida, uma escolha sobre quem vai ser o primeiro-ministro”, começou por referir Luís Marques Mendes, num comício, esta quarta-feira, em Barcelos, terra que lembrou ser a do fundador do PSD, o antigo primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro.
Convicto de que os indecisos “querem uma mudança”, Marques Mendes apelou ao seu voto “massivo” na Aliança Democrática (AD). “As pessoas querem uma mudança não querem aventuras, querem mudar com segurança não querem entrar em aventuras. Luís Montenegro é uma boa garantia para os indecisos”, considerou.
“Este homem não é um radical, não é impulsivo, está no centro, está no meio, ou seja é um exemplo do que deve de ser um futuro primeiro-ministro de Portugal. É moderado, ponderado, equilibrado, tem espírito de diálogo”, destacou o ex-líder do PSD, numa clara confrontação com o rival socialista Pedro Nuno Santos.
Marques Mendes admitiu a falta de credibilidade para ser primeiro-ministro que chegou a ser apontada a Montenegro. Lembrou que o próprio teve a “humildade” de o reconhecer no congresso de 25 de novembro em Almada. Mas considerou que isso mudou, porque o candidato da AD “surpreendeu” na forma preparada com que e apresentou nos debates e na campanha pela positiva que fez, concentrada nas propostas da coligação.
“Se ele for primeiro-ministro vai surpreender muito mais, porque tem uma enorme capacidade de trabalho, grande firmeza de convicções e de liderança, mas porque também porque tem espírito reformista e uma grande capacidade de diálogo e de compromisso. É preciso um primeiro-ministro de confiança”, sustentou.
Mas para que isso aconteça, explicou Marques Mendes, é preciso que não há haja dispersão de votos. “ Um voto de protesto pelo protesto tem dois problemas: um problema de ilusão e de engano. As pessoas devem refletir nisto que vou dizer. O protesto por protesto não conduz a lado nenhum. É preciso protesto e solução. Há um voto eficaz. E o voto verdadeiramente eficaz é o que concilia o protesto legítimo com as soluções necessárias e realistas”, referiu.
É que, se os portugueses que estão indecisos optarem pelo voto de protesto, Marques Mendes teme que se repita uma geringonça. “Há o risco de se votar num e aparecer outro a governar no dia seguinte. Já aconteceu isso em 2015 e pode voltar a acontecer agora”, avisou o ex-líder do PSD.
Para Marques Mendes, o país também precisa de estabilidade. Lembrando que, nos próximos dois anos, já vão ocorrer europeias, autárquicas e presidenciais, Marques Mendes defendeu que o país não aguenta mais eleições.
“Há dois anos, os portugueses consideraram que António Costa era o garante da estabilidade. Respeitamos essa decisão. Mas não correu nada bem. Por isso, sinto que muitas pessoas que têm dúvida vão perceber que, desta vez, o garante da estabilidade é Luís Montenegro”, apontou.
“Para isso é fundamental um voto forte, um voto massivo na AD, porque é preciso estabilidade para governar no Parlamento, para firmar o mínimo de consensos”, sustentou Marques Mendes.