Marques Mendes: "Um Governo minoritário é mais precário do que se imagina"

Marques Mendes afirma que se candidata para ajudar a conseguir consensos que garantam estabilidade de "todos" os portugueses
Rita Chantre
Marques Mendes quer acima de tudo ser útil ao país para garantir estabilidade com um Governo "precário" de minoria. Pede consensos em matéria laboral e rejeita a necessidade de uma revisão constitucional, apontando a habitação, saúde e imigração como os principais temas de um país que não quer radical. Advogado, ex-autarca e ex-governante, antes de ser comentador, quer ser presidente de "todos", promete falar mais ao Parlamento e pede sanções para os políticos que têm comportamentos desviantes.
Corpo do artigo
Trabalhou longos anos com Cavaco Silva, concorda que "a palavra pública faz parte da magistratura de influência do presidente da República" e por isso deve ser utilizada com moderação?
Concordo totalmente. As pessoas nunca me viram sempre a falar. Cada um tem o seu estilo. Eu sou de falar pouco, embora de falar quando é importante. Estive 12 anos a fazer comentário político numa estação de televisão. Toda a gente conhece, mas eu era muito solicitado, até pela mesma estação de televisão, durante a semana, para ir várias vezes ao seu canal de notícias para comentar este ou aquele assunto. De modo geral, recusei. Porquê? Para não banalizar. A palavra não deve ser banalizada, na presidência da República, no Governo, no jornalismo, no comentário político, seja onde for. Porque se nós banalizamos, deixamos de ter eficácia. Um presidente da República pode ser útil ao país, desde logo, se usar a palavra de forma seletiva e rigorosa.
