
Rui Nogueira, médico de família no Centro de Saúde Norton de Matos (Coimbra)
DR
Rui Nogueira, médico de família no Centro de Saúde Norton de Matos (Coimbra), falou ao JN sobre a temperatura das piscinas numa altura em que os municípios tentam poupar energia.
Uma temperatura da água de 26ºC nas piscinas cobertas é adequada?
Não. Com base até no que já verifiquei em doentes, nomeadamente crianças, que aparecem precocemente com constipações, otites. Temos que lutar contra o frio. Se vamos diminuir a temperatura da água das piscinas, estamos a aproximar-nos do frio, o que não é razoável. Uma medida alternativa é a redução do tempo de permanência na água, sobretudo no caso das crianças no inverno, porque ficam com frio, para os 25/30 minutos. Mas julgo que não vai ser possível: ou temos condições térmicas ou mais vale fechar as piscinas.
Há municípios a aconselhar, mediante as possibilidades dos seus utilizadores, o uso de fato térmico. Pode ser uma solução?
Pode. Mas pode é não estar ao alcance de todas as pessoas. Ainda por cima para usar num tempo muito limitado, dois a três meses. Vamos ter condições de fazer um inverno com as mesmas regalias e condições tendo em conta a realidade em que vivemos? Se calhar, a solução mais fácil é adiar o tempo na piscina e recuperar, depois, em março.
Quais os sinais a que os pais devem estar atentos?
Falta de ar, lábios azulados/escuros, frio, palidez. Estarem atentos e não prolongarem a permanência. Não é possível mais do que meia hora.
