Meia centena de portuguesas com alteração no período após vacina contra covid-19
Há mais mulheres com mudanças na mama e na menstruação, após a imunização contra a covid-19.
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Quase meia centena de mulheres portuguesas sofreram alterações no período e na mama após a vacina contra a covid. O Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento reportou 471 notificações de acontecimentos adversos relacionados com "distúrbios do sistema reprodutor e da mama", após administração de 24,8 milhões de doses de vacinas contra a covid-19.
"Os efeitos indesejáveis notificados referem-se a aumento de volume" dos seios e/ou ausência e/ou duração de período menstrual", explica o Infarmed, em resposta por escrito. Já relativamente a alterações mamárias, os sinais "têm sido associados a relatos de linfadenopatia (aumento de volume dos gânglios linfáticos) axilar, uma das 15 suspeitas de reações adversas mais frequentemente notificadas com vacinas contra a covid". Em ambos os casos, explica que "não é possível determinar a frequência por comparação com a dose administrada".
Os dados recentes para Portugal apontam para um aumento do rácio para os 1,89 casos por cada 100 mil administrações. Em julho e em setembro do ano passado foram avançados, respetivamente, 1,0 e 1,2 reportes por 100 mil.
Atualizar informação
Sobre este aumento nas notificações adversas, o Infarmed explica que o Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância da Agência Europeia de Medicamentos está a a avaliá-las e pediu, nos casos das vacinas Comirnaty (Pfizer) e da Spikevax (Moderna), uma revisão cumulativa atualizada dos casos de hemorragia menstrual abundante".
Já as situações de ausência de menstrução, o mesmo comité "considera que não há provas suficientes para estabelecer uma associação causal entre as vacinas" referidas e a amenorreia. Ainda assim, pede "aos titulares da autorização de comercialização que incluam uma atualização da informação nos próximos relatórios periódicos de segurança".
Este balanço nacional foi revelado dias depois de um estudo da Universidade de Granada, em Espanha, ter identificado pequenas alterações nos ciclos pré-menstruais e menstruais numa amostra de quase 23 mil mulheres vacinadas.
16 122 notificações de reações adversas
Até 31 de maio, foram notificadas 16 122 reações adversas em Portugal após a vacinação contra a covid. Os dados do Infarmed somam duas vacinas: Comirnaty (Pfizer) com 12 741 suspeitas de reações em 17 084 161 doses administradas e Spikevax (Moderna) com 3381 casos suspeitos num total de 3 633 740 doses.
França lançou formulário online
A Agência do Medicamento francesa disponibilizou um formulário online em que convida as mulheres a reportarem eventuais anomalias menstruais após vacinação. Até 28 de abril, as autoridades tinham analisado 10 938 alterações (9 381 pela Pfizer e 1 557 pela Moderna) num total de 70 milhões de vacinas.