Nos últimos cinco anos, têm vindo a ser detetados menos casos de tuberculose, em Portugal. Contudo, o diagnóstico ainda demora. Essas são as principais conclusões de um relatório, apresentado, esta quarta-feira, pela Direção-Geral de Saúde (DGS), a propósito do Dia Mundial da Tuberculose.
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O Relatório de Vigilância e Monitorização da Tuberculose em Portugal, apresentado esta quarta-feira, pela Direção-Geral de Saúde (DGS), refere-se aos anos de 2018 e 2019. Dois anos em que "a taxa de notificação da tuberculose em Portugal manteve uma tendência decrescente".
"Em 2019, foram notificados 1.848 casos de tuberculose em Portugal (1.886 em 2018), correspondendo a uma taxa de notificação de 18,0 por 100 mil habitantes em 2019 e de 18,4 por 100 mil habitantes em 2018", revela a DGS, ao assinalar o Dia Mundial da Tuberculose.
Acresce que "o decréscimo anual da taxa de notificação nos últimos cinco anos é de 3,9%/ano". "No que diz respeito aos novos casos, em 2019 ocorreram 1.696 (1.740 em 2018) e 152 retratamentos (146 em 2018)", acrescenta a DGS, concluindo, assim, que "a taxa de incidência (número de novos casos) acompanhou a tendência decrescente, sendo em 2018 de 17,0 por 100 mil habitantes e em 2019 de 16,5 por 100 mil habitantes".
Segundo o relatório, apresentado esta quarta-feira, Lisboa e Vale do Tejo e o Norte mantêm-se como as regiões de maior incidência, com 22,1 e 20,9 casos por 100 mil habitantes, respetivamente.
"Os homens continuam a ser mais afetados do que as mulheres (66,9% do total de casos notificados em 2019), especialmente na idade adulta. E a localização mais frequente da doença continua a ser pulmonar (74,1% em 2019 e 70,5% em 2018). Em 2019, 79,9% dos casos notificados foram testados para VIH (88,1% em 2018) e 9% apresentavam coinfeção", especifica-se, ainda.
Apesar da diminuição de casos de tuberculose em Portugal, a "mediana de dias até ao diagnóstico permanece elevada, o que significa menor grau de suspeição da doença".
"Embora se verifique a diminuição progressiva da incidência de tuberculose em Portugal, a mediana de dias até ao diagnóstico tem-se mantido elevada: 74 dias em 2019 quando comparada com 79 dias em 2018 e 61 dias em 2008, traduzindo a menor suspeição da doença, quer pela população quer pelos profissionais de saúde", revelou a DGS, ao apresentar, esta quarta-feira, o Relatório de Vigilância e Monitorização da Tuberculose em Portugal referente a 2018 e 2019.
Segundo a DGS, o atraso no diagnóstico deve-se, "em dois terços dos casos", à demora do utente "na valorização dos sintomas e procura de cuidados de saúde".
Por causa disso, o Programa Nacional para a Tuberculose da DGS está a apostar na melhoria da literacia em Tuberculose na população, através da produção de vídeos e folhetos dirigidos à população, e de formações aos profissionais de saúde.