A Direção-Geral da Saúde (DGS) alerta ser preciso estar atento às populações de imigrantes e de refugiados, oriundos de países onde “a prevalência de hepatites virais B e C são muito elevadas”.
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A autoridade de saúde explica que “o aumento ligeiro de internamentos por hepatite B crónica em 2022” pode estar relacionado com o crescimento da migração forçada para Portugal. Mais de 1,5 milhões de testes foram realizados, no ano passado, contra as hepatites B e C.
No relatório de 2023 do Programa Nacional para as Hepatites Virais, a DGS aponta que “o número de internamentos por hepatites B e C crónicas tem vindo a diminuir ao longo da última década”. Por exemplo, passou-se de 74 internamentos por hepatite B crónica em 2013 para 21 em 2022. Mas, a autoridade de saúde salienta um aumento ligeiro no ano passado, face a 2021 (17 internamentos) na mesma hepatite viral.
A evolução é explicada “pelo aumento significativo da migração forçada associada a conflitos armados em países onde a prevalência de hepatites virais B e C são muito elevadas”, escreve a DGS no relatório. No caso da população da Ucrânia, a prevalência é de 1% e 3%, respetivamente.
Os especialistas dizem, por isso, ser necessário “implementar medidas de rastreio, diagnóstico precoce, tratamento e vacinação de hepatites virais B e C nas populações de imigrantes e refugiados” em Portugal. Caso contrário, corre-se o risco de “alterar a curva descendente” de internamentos por hepatites virais registadas na última década.
Mais testes e vacinas
O número de testes realizados para o vírus da hepatite B e o vírus da hepatite C tem demonstrado “uma tendência globalmente crescente”. No ano passado, foram prescritos 1 477 427 testes de diagnóstico pelos centros de saúde e hospitais, “um aumento de 18,5% face ao ano anterior”.
A DGS atenta que os “resultados podem estar subestimados”, uma vez que, nos cuidados de saúde primários, há a possibilidade de realização de testes rápido para a hepatite C, não havendo um procedimento “validado” para “a sua avaliação a nível nacional”.
A vacinação contra a hepatite B chegou aos “97,8%, tanto para a primeira como para a terceira doses”, aponta a DGS. A “imunidade de grupo” contribuiu para as “reduzidas taxas de prevalência”, revelam.