Portugal vai enviar em abril para o Leste da Europa um Companhia de Atiradores "reforçada", com a "missão de dissuasão contra qualquer risco de ataque a qualquer país da NATO, neste caso a Roménia", disse esta terça-feira o primeiro-ministro.
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Para o Sul da Roménia seguirá no início de abril uma Companhia de Atiradores do Exército, inicialmente composta por 174 militares, mas que vai ser reforçada para esta missão com meios materiais e humanos, em números não divulgados, e que incluem um módulo de operações especiais, um módulo conjunto de informações, um módulo de defesa antiaérea, e um módulo geográfico e meteorológico, tendo o primeiro-ministro reiterado que os militares portugueses não vão atuar na Ucrânia.
"Perante a atual agressão da Rússia à Ucrânia, a NATO entendeu reforçar a sua presença na frente Leste e criar novos grupos de combate, designadamente na Roménia, e Portugal vai como sempre responder presente àquilo que nos é solicitado, que é empenhar os nossos meios, as nossas forças, na capacidade de reforçar a dissuasão para defender a paz no território da NATO", disse António Costa no Campo Militar de Santa Margarida, em Constância (Santarém) no final de uma demonstração tática da Companhia do Exército que será enviada para a Roménia.
Na sua intervenção, o governante, que não prestou declarações à comunicação social, afirmou que "a paz defende-se, e é essa a razão pela qual Portugal há várias décadas integra a Aliança Atlântica, uma aliança defensiva, que visa garantir a paz em todo o território dos estados que a integram", tendo feito notar que "Portugal tem integrado diversas missões da NATO, através dos três ramos das Forças Armadas", em diversos momentos e em diferentes contextos.
"Desde 2016 que a NATO entendeu ser necessário reforçar a defesa da sua frente leste na sequência da invasão pela Rússia do território ucraniano da Crimeia", afirmou Costa, tendo lembrado que, "desde então, Portugal tem integrado diversas missões de grupos de batalha que permanentemente têm estado instalados quer nos países bálticos, quer na Polónia, quer em outros países de Leste".
António Costa sublinhou que a "força que está em aprontamento e que brevemente será projetada não se destina a atuar na Ucrânia, prestará a sua missão na Roménia, numa missão de dissuasão contra qualquer risco de ataque a qualquer país da NATO, neste caso a Roménia", tendo assegurado que a NATO está pronta a defender qualquer estado-membro.