Em carta enviada aos dirigentes das instituições e das academias, ministra Elvira Fortunato anuncia plano para reduzir abandono no Ensino Superior.
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Mantendo a tradição do seu antecessor Manuel Heitor, a ministra da Ciência e Ensino Superior pede, em carta enviada ontem aos dirigentes das instituições e das associações e federações académicas, que se combatam as praxes e se promova a integração digna dos novos estudantes. Anunciando ainda, para breve, um programa de redução do abandono. E dizendo-se atenta, em articulação com o Ministério da Saúde, à promoção da saúde mental no Superior.
"A receção e a integração de novos estudantes não podem assentar em práticas humilhantes e abusivas, mas em atividades de integração que promovam o que de melhor têm as nossas instituições - a promoção do conhecimento, da ciência, da cultura e da cidadania", lê-se na missiva a que o JN teve acesso. Apelando a que tudo se faça "no sentido de combater as praxes académicas".
Em recuperação de dois duros anos pandémicos, e lembrando uma "guerra que nos afeta e interpela a todos", Elvira Fortunato vinca que, "mais do que nunca, as nossas instituições de Ensino Superior devem ser um referencial da liberdade, dos valores da tolerância, da paz e do respeito pelos direitos humanos".
Sublinhando que a "evolução recente tem demonstrado uma redução do número de denúncias à realização de atividades de praxe violentas e abusivas", a governante adianta aos estudantes que a linha de apoio para denúncias se mantém ativa. Comunicando ainda que serão apoiadas as orquestras académicas.
Promover o sucesso
Sobre o abandono escolar, que tem merecido avisos nomeadamente da Comissão Nacional de Acesso e do Conselho de Reitores, Elvira Fortunato promete lançar em breve um programa para a sua redução e promoção de sucesso. Visando "fortalecer as iniciativas já em curso em várias instituições".
Recorde-se que, no ano letivo 2020/21, um quarto dos alunos dos cursos de curta duração desistiu passado um ano de iniciar a sua formação. Nas licenciaturas, a taxa de abandono subiu aos 10,8%, o valor mais alto desde 2014/15.
Impactos da pandemia que se medem também na saúde mental dos estudantes. Revelando a governante estar "a desenvolver esforços em conjunto com o Ministério da Saúde no sentido de apoiar a capacidade das instituições na promoção da saúde mental".