O ministro da Educação admitiu ter preocupações com o impacto das greves dos professores na recuperação das aprendizagens dos alunos após dois anos marcados pela pandemia. O JN questionou, quarta-feira, o gabinete de João Costa sobre o tema e a necessidade de um eventual plano para recuperar matérias. No entanto, não obteve resposta. As associações de diretores escolares consideram que, para já, não é necessário criar qualquer estratégia.
Corpo do artigo
"O problema principal diz respeito às aprendizagens dos alunos e daí o nosso apelo para termos uma negociação com boa-fé e com bom senso e retirarmos esta pressão que está a ser colocada sobre o sistema educativo. Sei que, tanto os professores como os sindicatos, o ministério da Educação e as famílias, temos esta preocupação partilhada com o bem-estar e as aprendizagens dos alunos. Olho para o que está a acontecer com preocupação porque estes alunos estiveram dois anos com uma pandemia. Este é o ano da recuperação. Nós temos muitos alunos que estão a recuperar aprendizagens, que estavam a recuperar a bom ritmo", notou João costa, em entrevista à RTP3.
Questionado sobre se as greves podem trazer um prejuízo à recuperação das aprendizagens, o ministro foi claro: "Se as aulas não estão a acontecer em muitas escolas, obviamente, os alunos estão a ser prejudicados na recuperação".
Para o governante, "o segundo período é um período muito importante" porque "é muitas vezes o período que permite recuperar coisas que aconteceram no primeiro período e não ficaram tão consolidadas" e "fazer reconsolidação de algumas aprendizagens".
Confrontado com a possibilidade de haver impactos nas avaliações do segundo período, João Costa afirmou: "A avaliação é sempre o reflexo da aprendizagem".
De acordo com o ministro da Educação, o processo negocial retomado na quarta-feira com os sindicatos decorreu "num ambiente absolutamente amigável e construtivo", onde já ouve reconhecimento do "grande passo dado na redução das áreas geográficas" de colocação dos professores. Passarão das atuais 10 para 63.
"Tenho o maior respeito pelos professores e pelo trabalho dos professores. Sei agradecer aos professores pelos muitos e bons indicadores que temos no sistema educativo português. Por isso, não tenho qualquer desrespeito pelos professores. O meu sentimento é de gratidão e respeito pelo trabalho que fazem", referiu.