O novo ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, garantiu estar empenhado numa aposta nas energias renováveis - atingindo os 47% em 2030 - que, ao mesmo tempo, permita "diminuir o preço junto dos consumidores". O governante defendeu que o país deve diversificar os fornecedores de energia, de modo a evitar "a armadilha da dependência da Rússia".
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Duarte Cordeiro assegurou que a resposta à crise energética está "no topo das prioridades" do Governo. Contudo, esclareceu que esta deverá sempre "acautelar os limites do sistema natural", privilegiando as energias solar e eólica e recusando reativar as centrais a carvão.
"Os defensores de uma economia dependente e de uma descarbonização adiada nem pensam no absurdo que a eletricidade atingiria, tendo em conta os custos de produção", frisou.
Referindo que só as energias renováveis garantem a "sustentabilidade" do país, o ministro comprometeu-se a "reforçar a diversificação de fornecedores de produtos energéticos e a aumentar as interligações, evitando a armadilha da dependência da Rússia e apostando na nossa soberania e progressiva autonomia".
Duarte Cordeiro argumentou que, ao mesmo tempo em que Portugal aprofunda a transição energética e se afasta do país de Vladimir Putin, é possível "criar almofadas para diminuir o preço junto dos consumidores domésticos e industriais". Ao mesmo tempo, lembrou a intenção de "desligar o preço da eletricidade do preço do gás natural".
Paralelamente, o governante vincou que o seu ministério procurará "acelerar" os projetos de fontes renováveis, embora "sem diminuir os controlos ambientais". Em concreto, comprometeu-se com uma aposta nas energias solar e eólica, com o objetivo de "poupar a hídrica" e conquistar "maior autonomia face aos combustíveis fósseis".
Aumentar a "atratividade" dos transportes públicos
No que toca às alterações climáticas, Cordeiro referiu que é necessário "agir depressa" e "descarbonizar a mobilidade e as cidades", comprometendo-se a reduzir em 55% as emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
Essa meta exigirá uma diminuição de 40% dos referidos gases no setor dos transportes até 2030. Nesse sentido, o ministro revelou estar apostado em "eletrificar a mobilidade" e em aumentar a oferta e a "atratividade" dos transportes públicos.
As energias limpas têm trilhado um caminho de sentido contrário: "Alcançámos 34% de incorporação de energia de fonte renovável no consumo final bruto de energia", prosseguiu Duarte Cordeiro. "Agora, queremos aumentar essa fatia de renováveis para 47% até 2030", completou.
O governante lembrou ainda que, para cumprir o objetivo de atingir a neutralidade carbónica em 2050, Portugal tem de reduzir as emissões poluentes "em mais de 85%".