Portugueses querem saber mais sobre ambiente no Google. Estas são as perguntas mais pesquisadas
Pesquisas no Google sobre matérias ambientais entre janeiro e abril aumentaram face ao ano passado.
Corpo do artigo
Os portugueses mostram-se mais consciencializados para as questões ambientais, pelo menos na hora de fazer pesquisas na Internet, mostram novos dados da Google avançados ao JN. Entre os dez tópicos de pesquisa sobre ambiente que mais cresceram em Portugal face ao ano anterior, destacam-se três que registaram aquilo a que a empresa chama de "breakout". Entre 1 de janeiro e 7 de abril, os temas "reciclagem de pneus", "energias renováveis" e "despejo de lixo ilegal" tiveram um crescimento superior a 5000%, face ao mesmo período de 2021.
Quatro tópicos alcançaram um aumento de mais de 100%: "embalagem sustentável" (248%), "negócio sustentável" (231%), "índice da qualidade do ar" (141%) e contaminação dos solos (106%). E outros três - "sustentabilidade social", "poluição do ar" e "comunidade de energia solar" - registaram um aumento nas pesquisas de 94% (nos dois primeiros casos) e 88% (no terceiro).
Os números - baseados em dados do Google Trends (ferramenta que mostra os termos mais populares procurados no motor de busca em determinado período e região) e em ferramentas internas da empresa - refletem "alterações substanciais em questões de interesse" no que ao ambiente diz respeito, considera a Google.
Em termos absolutos, também entre 1 de janeiro e 7 de abril, os dez tópicos sobre ambiente e sustentabilidade mais pesquisados entre uma amostra de 118 foram "veganismo", "energia solar", "carros elétricos", "reciclagem", "sustentabilidade", "poluição", "produtos em segunda mão", "extinção", "energia renovável" e "aquecimento global".
As cinco perguntas mais feitas e as respostas da Quercus
"O que é a sustentabilidade ambiental", "O que são as alterações climáticas", "Como ter um consumo sustentável", "Objetivos de desenvolvimento sustentável, o que fazer para ajudar" e "Como garantir a sustentabilidade da água" foram as cinco perguntas sobre ambiente que os portugueses mais fizeram ao Google, em janeiro e fevereiro. Desafiado pelo JN, Carlos Moura, da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, respondeu às questões em causa:
O que é a sustentabilidade ambiental?
A sustentabilidade ambiental é o estado em que, do ponto de visto de balanço, os inputs e outputs (fluxos de matéria e energia) do sistema são de forma a que não exista um desequilíbrio entre estes nem seja ultrapassada a capacidade de carga do planeta.
O que são as alterações climáticas?
As alterações climáticas são as variações dos fenómenos climáticos (temperatura, pluviosidade, pressão atmosférica), que recentemente se vêm verificando e que não são de ocorrência natural mas por interferência da atividade humana."
Como ter um consumo sustentável?
O consumo sustentável é toda a forma de satisfação das necessidades humanas que não gere externalidades sociais ou ambientais, ou seja cuja utilização não provoque alterações irreversíveis e permanentes no meio, nem gerem ou agravem desequilíbrios sociais.
Objetivos de desenvolvimento sustentável, o que fazer para ajudar?
O desenvolvimento sustentável pauta-se pela capacidade de suprir as necessidades das sociedades sem por em causa os equilíbrios económicos, sociais e ambientais que se procuram atingir. (...) Quando se fala em ajudar o ambiente está-se a falar de facto em agir na vida quotidiana de forma a diminuir a utilização da matéria e energia a pontos de que este fluxo não ultrapasse a capacidade de reposição, e deste modo evitando exaurir estes mesmos recursos e ultrapassar a capacidade de carga da terra.
Como garantir a sustentabilidade da água?
A água é um recurso cuja reposição no meio é bastante lenta. Embora seja bastante vasto no planeta, a sua fração utilizável é de menos de 1%. Se a aceleração do seu ciclo permanecer crescente (é hoje 36 vezes maior que em finais do século XVIII) rapidamente ultrapassará a capacidade de recarga. Uma vez ultrapassada esta capacidade existirá cada vez menos quantidade em condições de satisfazer as necessidades de consumo, comportando-se como um recurso não renovável. A parcimónia na sua utilização, evitando os gastos excessivos ou consumos não úteis e proteger as reservas cuja recarga é muito lenta ou quase inexistente é a melhor forma de proteger este recurso. O seu uso tem de depender exclusivamente da satisfação da necessidade e não da sua visão como bem transacionável.