Os números do Instituto Nacional de Estatística sobre a mortalidade por cancro do pulmão, traqueia e brônquios, mostram a "urgência" das medidas aprovadas pelo Governo contra o tabagismo, afirmou esta quarta-feira o ministro Manuel Pizarro.
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Questionado sobre a implementação dos rastreios ao cancro do pulmão a pessoas que sejam ou tenham sido grandes fumadores, o ministro da Saúde recusou que os trabalhos com as organizações que vão ajudar a implementar os rastreios estejam estagnados.
Manuel Pizarro garantiu que as iniciativas vão mesmo começar em 2023. Em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita ao Hospital de Santo António, no Porto, o ministro explicou que se trata de "um projeto com enorme sofisticação do ponto de vista dos processos".
"Quando fizermos uma TAC de baixa densidade a pessoas que são fumadoras pesadas vamos diagnosticar alguns casos de cancro numa fase pouco avançada, mas vamos também encontrar muitas outras lesões que não sendo cancro terão de ser investigadas", explicou o ministro.
"Não tenham dúvida nenhuma que o tabaco provoca muitas lesões pulmonares e depois vamos ter de ser capazes de lidar com tudo o que vai aparecer nessas imagens", acrescentou.
Necessidade de mudar a lei do tabaco
O ministro aproveitou os números mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) - um aumento de 1,9% das mortes por tumores malignos da traqueia, brônquios e pulmões em 2021 - para reforçar a importância da proposta de lei aprovada na semana passada em Conselho de Ministros, com medidas para reduzir os locais de consumo e de venda de tabaco.
Admitindo que a mudança da Lei do Tabaco é uma matéria que, agora tal como aconteceu em 2007, "tem sempre muitas resistências", Manuel Pizarro referiu que em causa estão dois objetivos: "preservar os que não fumam da exposição ao fumo do tabaco e garantir que as jovens gerações chegam a 2040 como uma geração livre de tabaco".
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"Os dados do INE vêm pontuar a urgência desta ação contra o tabagismo, vem chamar a atenção que os cancros em que a mortalidade mais aumenta são aqueles que estão diretamente relacionados com o tabaco: pulmão, traqueia e brônquios", afirmou Manuel Pizarro.
Hepatite C será erradicada antes de 2030
Na mesma visita, o ministro foi questionado sobre o cumprimento da meta proposta pela Organização Mundial da Saúde para a erradicação da Hepatite C até 2030.
Manuel Pizarro disse que está "absolutamente tranquilo" sobre o programa de tratamento, "mesmo nas populações mais difíceis", e garantiu que Portugal vai considerar "a Hepatite C extinta mesmo antes da meta de 2030".