O ministro da Saúde reconheceu, esta manhã de quarta-feira, que as 700 vagas criadas recentemente para retirar dos hospitais os chamados internamentos por motivos sociais já estão esgotadas e são necessárias mais para garantir resposta no próximo inverno.
Corpo do artigo
"As 700 vagas já estão plenamente utilizadas, precisamos de mais e estamos a trabalhar com o setor social para aumentar o número de vagas e essa resposta, com uma grande preocupação centrada no próximo inverno", afirmou Manuel Pizarro, durante uma visita ao Centro Hospitalar e Universitário de Santo António para assinalar a entrada em funcionamento do primeiro robot cirúrgico do Serviço Nacional de Saúde para intervenções ortopédicas ao joelho.
O ministro da Saúde salientou que "está em pleno funcionamento" uma rede de resposta criada por portaria conjunta do Ministério da Saúde e do Ministério da segurança social, assinada em fevereiro, "que já tem permitido melhorar a situação". Mas ainda não é suficiente.
"Significa que os problemas estão resolvidos? Não. Estamos a continuar a trabalhar para alargar essa rede", referiu Manuel Pizarro, salientando que é preciso "garantir que no início do próximo inverno este problema está plenamente resolvido"
O último barómetro de internamentos sociais, promovido pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, realizado em 2022 apontava para a existência de mais de mil doentes internados nos hospitais com alta clínica, mas sem retaguarda familiar que lhes permitisse regressar a casa. Além dos custos - estimados em mais de 100 milhões de euros - estes internamentos sociais prejudicam o funcionamento dos hospitais, provocando estrangulamentos nas urgências. E os utentes internados sem necessidade clínica, correm riscos de contraírem infeções hospitalares.
Um problema que continua a crescer porque há "mais pessoas que depois de terem vindo ao hospital por uma qualquer necessidade [...] não têm depois uma retaguarda para lhes prestar apoio", afirmou o ministro, reconhecendo que há "uma dificuldade de dar resposta ao envelhecimento das pessoas".