Ministro quer mais apoios à aquisição de tratores e mais formação para diminuir acidentes
O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, defendeu este domingo, em Bragança, o aumento dos apoios para os agricultores poderem substituir os tratores antigos por outros mais modernos, através de fundos europeus, bem como o reforço da formação, de modo a reduzir o número de acidentes com estes veículos.
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“Desde 2013 que tenho trabalhado nesta situação e, já desde essa altura, que referi que poderíamos usar fundos europeus para ajudar no que respeita à formação e à compra de tratores. Tal já aconteceu, mas é preciso reforçar a fiscalização e ações de sensibilização, porque, em termos médios, morrem três pessoas por mês em Portugal com tratores. O que é verdadeiramente inaceitável. Já temos a situação sinalizada”, explicou José Manuel Fernandes à margem do Encontro Nacional de Gastronomia, que termina este domingo, em Bragança.
Desde 2021, já morreram 143 pessoas em acidentes de trator e este ano pelo menos 16 agricultores perderam a vida quando trabalhavam com estes veículos. Cinco destas mortes ocorreram no distrito de Bragança no espaço de 21 dias. “A maioria dos acidentes acontecem com tratores já velhos, daí a reestruturação necessária e a disponibilização de montantes com esse objetivo [substituição dos veículos], mas é preciso reforçar a fiscalização e a sensibilização, onde já têm sido concretizadas com as forças policiais, através da GNR, para chegarem às pessoas. Temos de insistir nisso, porque não podemos aceitar que aconteça aquilo que tem acontecido e que os números alarmantes não diminuam”, indicou o ministro que considera “o reforço da formação essencial”.
A média de idades dos agricultores portugueses, que é superior a 64 anos, “é a mais elevada da União Europeia”, segundo o governante, o também não ajuda. “Não vou dizer que a idade é o grande fator, mas pessoas com mais anos também têm tratores mais antigos, embora não tenham os mesmos reflexos. Temos de rejuvenescer, o que passa pela melhoria dos rendimentos, trabalho para a simplificação e reforço dos apoios e a diversificação dos instrumentos financeiros, mais fontes do Portugal 2030”, acrescentou.
O ministro disse ainda que o salário médio dos agricultores portugueses “é 40% inferior ao salário médio, o que é uma injustiça”, vincou.