O porta-voz da moção E à convenção nacional do BE, Pedro Soares, estabeleceu esta segunda-feira o objetivo de parar o caminho de "perda de influência política, social e eleitoral" do partido, através de uma mudança de rumo.
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Em conferência de imprensa na sede do BE, Lisboa, Pedro Soares, antigo deputado do BE, apresentou as linhas gerais da moção intitulada "Um Bloco plural para uma alternativa de Esquerda -- um desafio que podemos vencer" - que tem como um dos mandatários o histórico da UDP Mário Tomé - uma moção que estará em disputa na Convenção Nacional com a que é encabeçada pela deputada Mariana Mortágua.
"Moção E, um E de esperança também na possibilidade de esta convenção trazer uma mudança de rumo para o Bloco. Tem-se ouvido falar bastante em continuidade. Nós queremos descontinuar este caminho de perda de influência política, social, eleitoral do Bloco. Achamos essencial que haja uma mudança de rumo", defendeu.
Questionado sobre quem será o rosto que irá protagonizar a candidatura por esta moção -- que junta cerca de 400 subscritores -- Pedro Soares explicou que esta moção vai apresentar uma lista à Mesa Nacional, sublinhando que "a figura do coordenador não existe nos estatutos".
O porta-voz da moção E considerou que a questão de um eventual coordenador "não é assunto nesta convenção" e que será eleito depois, explicando que esta plataforma defende "um sistema de porta-vozes", que já existiu no passado no partido.
Pedro Soares defendeu que é crucial que, "com humildade, sejam reconhecidos os erros da orientação política do BE nos últimos tempos", considerando sintomático que a moção da atual direção "não tenha uma única linha sobre balanço do ciclo eleitoral e do ciclo político".
"Não o fazer não é levar o país a sério. As pessoas precisam de perceber que o BE reconhece os seus erros", criticou, exigindo um balanço, mas não para "cortar cabeças", disse, ressalvando que o objetivo destes críticos da direção é debater e falar de política.
Criticando que à entrada da convenção se fale de "aparecerem sucessores à Catarina Martins" -- a quem deixou uma "palavra de reconhecimento" pelo empenho -, Pedro Soares afirmou ver com "muita preocupação que haja setores dentro do Bloco que estejam a obliterar a discussão política".