O ex-líder dos centristas, Manuel Monteiro, está preocupado com o "esvaziamento político" do partido. Diz que teria marcado um congresso. E aconselha Francisco Rodrigues dos Santos a juntar à mesa todos os antigos presidentes do CDS-PP.
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Na primeira entrevista depois de ter regressado ao partido que liderou entre 1992 e 1998, Manuel Monteiro admite que a "circunstância" atual do CDS-PP "não é boa". "Temos que assumir com total lealdade e total frontalidade", afirma, ao jornal Público.
Para Manuel Monteiro, mais do que "o esvaziamento eleitoral" do CDS-PP, preocupante é "o esvaziamento político". "Porque o esvaziamento eleitoral é sempre conjuntural; o esvaziamento político pode ser estrutural", justifica.
Por isso, o ex-líder dos centristas admite que, no lugar de Francisco Rodrigues dos Santos, teria realizado o congresso eletivo do partido, que chegou a estar agendado para os próximos dias 27 e 28 mas que foi cancelado pelo presidente do CDS-PP, levando a um pedido de impugnação do seu rival Nuno Melo.
Agora, a única via, segundo Manuel Monteiro, é "um reunir de vontades". "O que eu faria era convidar para uma conversa todos os ex-líderes do partido. Esse seria um sinal importantíssimo de um toque a reunir", defende. Em alternativa, Monteiro propõe: "Convocaria um Conselho Nacional e convidaria os ex-presidentes do partido".
"Seria um sinal claro para ultrapassar aquilo que designaria como 'uma espécie de impasse' que, neste momento, está criado", sustenta, convencido de que se o CDS-PP não ultrapassar uma situação de algum "atoleiro" poderá "passar por um momento extremamente difícil".